Crescimento do setor cultural
Em 2024, o Brasil registrou a impressionante marca de 5,9 milhões de pessoas empregadas no setor cultural, o maior número desde que a série histórica começou em 2014. Essa crescente participação da cultura no mercado de trabalho reflete um dinamismo que acompanha o cenário econômico geral. O setor cultural manteve a taxa de 5,8% de ocupação observada em 2023, representando os maiores índices já registrados.
As informações são do Sistema de Informações e Indicadores Culturais – 2013-2024, publicado nesta sexta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento revela que, entre 2014 e 2024, os profissionais desse setor apresentaram um nível de escolaridade superior ao da média nacional. Em 2024, 30,1% dos trabalhadores da cultura tinham diploma de nível superior, comparado a 23,4% no conjunto da população ocupada.
Disparidades Regionais e Informalidade
A análise indica que as regiões com maior proporção de empregos na cultura são São Paulo (7,6%), Rio de Janeiro (7%) e Ceará (7%). Em contrapartida, estados como Acre (2,7%), Amapá (2,8%) e Rondônia (2%) mostram os menores índices. Entre as capitais, Florianópolis se destacou com 10,7% de sua população empregada no setor, seguida de São Paulo (10,1%) e Manaus (9,4%).
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Fonte: decaruaru.com.br
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Contudo, a realidade de informalidade no setor cultural é preocupante: em 2024, 44,6% dos trabalhadores estavam em situação informal, um percentual superior aos 40,6% observados em todas as ocupações. Os estados com maior taxa de informalidade são Roraima (76,9%), Pará (74,1%) e Tocantins (71,5%). Por outro lado, Santa Catarina (30,0%), Rio Grande do Sul (32,6%) e Paraná (33,2%) apresentaram os menores índices.
Principais Formas de Emprego e Rendimento
Conforme indicam os dados do IBGE, os trabalhadores autônomos representam a maior parte do setor, com 43% dos ocupados; seguidos por empregados no setor privado com carteira assinada (34,4%) e sem carteira (14,3%). Em comparação, na totalidade da população ocupada, 25,2% eram autônomos e 37,4% estavam com carteira assinada no setor privado.
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Fonte: reportersorocaba.com.br
O rendimento médio mensal dos trabalhadores com 14 anos ou mais em atividades culturais foi estimado em R$ 3.266 em 2024, mostrando uma queda de 2% em relação a 2023, quando o valor era de R$ 3.331. Essa diminuição contrasta com um crescimento geral de 3,5% no rendimento total do trabalho, que alcançou R$ 3.108 no mesmo ano. Essa alteração resultou em uma redução da diferença entre os salários da cultura e do total da economia, que passou de 11% para 5,1% nos últimos dois anos.
Desigualdade de Gênero no Setor Cultural
Ao observar as disparidades regionais, o rendimento no setor cultural variou consideravelmente. Enquanto as regiões Norte (-9,1%), Sudeste (-4,7%) e Centro-Oeste (-2,2%) apresentaram queda, o Nordeste (11,4%) e o Sul (11,2%) tiveram aumento nos seus rendimentos. Em 2024, os homens que atuavam no setor cultural receberam em média R$ 3.898, enquanto as mulheres ganharam R$ 2.560, resultando em uma desigualdade salarial de cerca de 34%. Essa diferença é ainda mais acentuada quando comparada ao total da população, onde as mulheres recebem, em média, 22% a menos do que seus colegas homens.
