Desempenho Cultural do Acre em Números
Dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que o Acre se destaca negativamente nas estatísticas de ocupação no setor cultural do Brasil. Segundo o relatório da sétima edição do Sistema de Informações e Indicadores Culturais (SIIC), que abrange o período entre 2013 e 2024 com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), apenas 2,7% dos trabalhadores no Acre estão envolvidos em atividades culturais. Essa taxa coloca o estado entre os menos ativos do país, superando apenas Rondônia (2,0%) e alcançando um índice próximo ao do Amapá (2,8%). Em contrapartida, líderes nesse setor incluem São Paulo (7,6%), Rio de Janeiro e Ceará (ambos com 7,0%).
No cenário nacional, o setor cultural contabilizou, em 2024, cerca de 5,9 milhões de profissionais, marcando o maior índice desde que a série histórica foi iniciada em 2014. A porcentagem de trabalhadores na cultura se manteve em 5,8% do total de ocupados, o mesmo patamar alcançado em 2023, consolidando-se como um dos maiores índices já registrados.
Importância do Setor Cultural para a Economia
O IBGE ressalta a importância do setor cultural na economia brasileira, destacando sua capacidade de gerar empregos e renda, além de sua contribuição significativa para o lazer e a socialização da população. Contudo, no Acre, esse papel ainda é considerado limitado quando comparado à média nacional, evidenciando desafios a serem superados.
Educação e Informalidade no Setor Cultural
Outro aspecto abordado pelo estudo é a escolaridade dos trabalhadores da cultura. Em 2024, 30,1% dos profissionais desse setor possuíam nível superior completo, um percentual superior ao da média nacional, onde apenas 23,4% dos ocupados alcançaram essa qualificação.
No entanto, a informalidade continua a ser um problema significativo. Em 2024, 44,6% dos trabalhadores do setor cultural atuavam na informalidade, um índice superior ao total de ocupados no Brasil, que é de 40,6%. Embora o relatório não forneça dados específicos sobre a taxa de informalidade do Acre, outros estados da Região Norte, como Roraima (76,9%), Pará (74,1%) e Tocantins (71,5%), estão entre os mais impactados por essa questão.
Análise Abrangente com a PNAD Contínua
O IBGE esclarece que a utilização da PNAD Contínua permite uma avaliação mais ampla do setor cultural, incluindo não apenas atividades econômicas formais, mas também ocupações e práticas culturais realizadas de maneira informal, que muitas vezes não são registradas em cadastros empresariais tradicionais. Essa abordagem proporciona uma visão mais detalhada das dinâmicas culturais no Brasil e, em particular, no Acre, onde os desafios são evidentes, mas as oportunidades de crescimento e desenvolvimento também estão presentes.
