Ministra do Meio Ambiente Defende Licenciamento Completo
Em uma declaração contundente realizada nesta quinta-feira (14), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, reafirmou sua posição contrária à pavimentação da BR-319, que serve como a única conexão terrestre entre o Amazonas e o restante do Brasil. Durante sua participação no programa Bom Dia, Ministra, transmitido pelo Canal Gov, a ministra validou o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a um trecho da Lei de Licenciamento Ambiental. Essa parte da legislação poderia ter flexibilizado os trâmites para a obra, que Marina classificou como “de altíssimo impacto ambiental no coração da Amazônia”.
Para Marina, a recuperação dos 400 km de asfalto que se encontram deteriorados na rodovia só poderá avançar mediante a obtenção de um Licenciamento Ambiental completo, enfatizando que não há espaço para atalhos legais. “Para que obras de pavimentação avancem, é imprescindível que já possuam licença. As que não contam com essa autorização não poderão ser pavimentadas por esses meios”, explicou a ministra, de maneira direta.
A crítica à administração anterior foi evidente, com Marina lembrando que a licença prévia para a obra foi emitida apenas no último ano do governo Bolsonaro. “É curioso que tenham ocupado o poder por quatro anos e não tenham realizado nada. Somente no final, conseguiram a licença, desconsiderando os padrões contemporâneos de proteção ambiental”, ressaltou, demonstrando seu descontentamento com a gestão anterior.
Reconhecendo a demanda por uma conexão terrestre entre Amazonas e Rondônia, a ministra defendeu uma abordagem que respeite o meio ambiente. “Isso não precisa ocorrer em detrimento da Amazônia ou dos interesses de médio e longo prazo do Estado”, afirmou, indicando que um equilíbrio entre desenvolvimento e proteção ambiental é possível.
A discussão sobre a BR-319 continua sem uma solução definida, com o governo federal exigindo estudos robustos que garantam a proteção do bioma e das comunidades tradicionais que habitam a região. Enquanto isso, a expectativa é que essa questão permaneça em pauta nas futuras deliberações do governo.