Revisão de Sanções Ambientais e Polêmicas na Amazônia
A Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados deu um passo significativo na quarta-feira, 3, ao aprovar o Projeto de Lei 2850/2025. A proposta visa revisar sanções ambientais que são vistas como excessivas e suspender embargos impostos a propriedades rurais no Acre. De autoria do deputado Coronel Ulysses (União-AC), o projeto recebeu um parecer favorável do relator Roberto Duarte (Republicanos-AC), que o caracterizou como uma resposta à insegurança jurídica enfrentada por agricultores familiares na região.
Esse projeto surge em um contexto de críticas de parlamentares do Acre às práticas de fiscalização realizadas por órgãos federais, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). De acordo com Duarte, as operações de fiscalização têm causado impactos adversos sobre pequenos produtores, especialmente nas áreas rurais. “A proposta busca restaurar a confiança no setor produtivo, sem abrir mão do comprometimento com a sustentabilidade”, destacou.
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Cenário de Conflito: Operação Suçuarana
Durante a discussão do projeto, Coronel Ulysses trouxe à tona a Operação Suçuarana, realizada pelo ICMBio na Reserva Extrativista Chico Mendes, localizada em Xapuri. Esta operação, que começou em junho, visa a remoção de 400 cabeças de gado que estavam dentro da unidade de conservação, a qual é conhecida por ser uma das mais desmatadas do Brasil. Segundo o ICMBio, os alvos dessa ação são invasores que já haviam sido notificados e que possuem decisões judiciais contrárias às suas atividades.
Para o deputado, a operação reflete uma forma de perseguição aos produtores locais. Ele revelou em seu discurso na Câmara que muitos moradores tiveram seus bens apreendidos e suas propriedades destruidas sem a possibilidade de defesa. “Estão aplicando multas com base em imagens de satélite, sem sequer ouvir os produtores. É uma injustiça contra aqueles que realmente trabalham e produzem”, declarou.
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Critérios de Regularização e Sustentabilidade
A proposta estabelece critérios para a regularização de propriedades que foram embargadas, desde que seus responsáveis cumpram exigências ambientais mínimas. Também está prevista a revisão das multas aplicadas em desacordo com o princípio da razoabilidade, alinhando-se a decisões judiciais que têm reduzido as penalidades consideradas desproporcionais.
O relator Roberto Duarte considera que essa medida representa um avanço na busca por justiça social e desenvolvimento sustentável. “Defendo uma solução que traga segurança jurídica e preserve o meio ambiente, mas que também reconheça a realidade de quem produz e gera empregos no nosso Acre”, afirmou o deputado em uma publicação nas redes sociais.
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Próximos Passos e Expectativas
Com a aprovação na comissão, o projeto aguarda agora a análise nas próximas instâncias da Câmara dos Deputados. Apesar do entusiasmo de alguns parlamentares, a proposta ainda deve enfrentar resistência de setores que defendem a proteção ambiental, os quais expressam preocupações sobre os riscos da flexibilização das regras de fiscalização. Por outro lado, a bancada ruralista considera essa iniciativa um passo crucial para impulsionar a produção agrícola na Amazônia Legal.