Desafios Financeiros do Saerb
Atualmente, a população de Rio Branco enfrenta uma dívida impressionante, estimada em cerca de R$ 100 milhões, junto ao Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb). Essa informação foi revelada pelo presidente da autarquia, Enoque Pereira, em uma coletiva de imprensa realizada na prefeitura local. O montante é preocupante e impacta diretamente a capacidade do Saerb de investir em melhorias e manter a infraestrutura de abastecimento. “O funcionamento do Saerb depende do pagamento por parte dos usuários. A água é um serviço essencial, mas é preciso lembrar que não é gratuito”, enfatizou o presidente.
Conforme Enoque, nos últimos anos, a administração municipal teve que alocar mais de R$ 200 milhões de recursos próprios no Saerb. Esses valores foram utilizados para evitar que o abastecimento fosse interrompido, quando poderiam estar sendo direcionados a outras áreas prioritárias. “A inadimplência se tornou uma prática comum. Muitas pessoas simplesmente não pagavam suas contas de água”, lamentou o presidente.
Refis: Uma Chance para Regularização
Frente essa situação desafiadora, a autarquia está implementando um programa de recuperação fiscal (Refis). Esta iniciativa permite que os consumidores que estão com débitos possam parcelar suas dívidas em até 60 vezes, proporcionando condições mais acessíveis para a regularização.
“Esse Refis representa uma oportunidade de ouro para que o cidadão possa quitar suas pendências e, ao mesmo tempo, ajudar na recuperação do Saerb. Não faz sentido cobrar o devido se não houver pagamento. Precisamos de recursos para continuar investindo em novas bombas, redes e garantir o fornecimento de água 24 horas para todos”, apelou Enoque.
privatização: Um Risco à Vista
A continuidade da inadimplência pode acarretar consequências severas. Segundo Enoque Pereira, a privatização do serviço de água é uma possibilidade concreta caso a autarquia não consiga se manter financeiramente. “Até o momento, não seguimos com o processo de privatização do Saerb, pois acreditamos que a água é um direito social. Porém, se os usuários não demonstrarem compromisso e consciência, há o risco de que um futuro gestor opte por transferir tudo para a iniciativa privada. Isso poderia resultar em um aumento de até 10 vezes no custo da água”, alertou.
Atualmente, a tarifa mais elevada em Rio Branco é de R$ 38,40, enquanto que a tarifa social está fixada em R$ 19,00. Para comparação, em outras cidades como Manaus, a conta de água pode ultrapassar R$ 119, conforme dados fornecidos pela própria autarquia. A situação exige uma reflexão coletiva sobre a importância do pagamento e a sustentabilidade dos serviços essenciais.