Diego Luiz Gois Passo, identificado como o principal suspeito de ter atropelado intencionalmente a advogada Juliana Chaar na madrugada deste sábado, 21, nas proximidades do bar Dibuteco, em rio branco, enfrentará medidas rigorosas determinadas pelo judiciário. Em uma decisão proferida em regime de plantão pela Vara Estadual do Juiz das Garantias, o juiz Robson Aleixo não apenas decretou a prisão temporária do acusado, sob a acusação de homicídio doloso qualificado, mas também ordenou a busca e apreensão de dispositivos eletrônicos relacionados ao caso. Esta ação judicial inclui a quebra do sigilo telemático de Diego, com o intuito de coletar provas digitais que possam estar armazenadas em seus aparelhos.
A determinação do magistrado abrange o acesso irrestrito a informações contidas em celulares, computadores e outros dispositivos que possam ser apreendidos durante a investigação. Isso abrange uma variedade de dados, incluindo mensagens de texto, gravações de áudio e vídeo trocadas por meio de aplicativos de mensagens instantâneas, bem como o histórico de chamadas telefônicas realizadas entre os dias 20 e 22 de junho. Também estão inclusos registros de localização, imagens e vídeos armazenados nos dispositivos e o histórico de navegação na internet, além das interações nas redes sociais.
O juiz Robson Aleixo enfatizou que o propósito dessas medidas é assegurar a preservação de evidências que possam demonstrar a premeditação do crime, as circunstâncias que o rodearam ou ações que ocorreram após a sua realização. A decisão judicial ainda ressalta que imagens capturadas por câmeras de segurança no local do incidente, juntamente com depoimentos de testemunhas — incluindo o gerente do bar — indicam que Diego foi o responsável pelo atropelamento intencional, utilizando uma caminhonete Hilux para colidir contra a vítima.
Aleixo reforçou que as evidências coletadas até o momento sugerem uma conduta dolosa por parte do acusado. “As provas reunidas apontam que houve uma manobra deliberada do veículo com a intenção de atingir as pessoas envolvidas na discussão, resultando na morte de Juliana”, afirmou o juiz. Diante da grande repercussão social e da necessidade de uma resposta rápida da Justiça, a ordem de prisão foi estipulada para ser cumprida com urgência. O juiz deixou claro que essa medida é cautelar e poderá ser revogada se os motivos que justificaram sua decretação deixarem de existir.
investigação em Andamento
Na manhã desta segunda-feira, 23, em uma coletiva de imprensa, o coordenador do Departamento de Investigações Criminais (Deic), delegado Pedro Paulo Buzolin, forneceu atualizações sobre o caso. Inicialmente, a investigação foi encaminhada à Delegacia de Flagrantes (Defla), onde um amigo de Juliana, identificado como Keldheky Maia, foi detido por porte ilegal de arma de fogo. Durante esse processo, foi registrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) contra os indivíduos envolvidos na confusão.
Posteriormente, o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) assumiu a investigação, e várias diligências estão sendo conduzidas. O delegado Buzolin destacou que o autor do atropelamento já foi identificado e a expectativa é que sua prisão ocorra em breve. No entanto, o nome do suspeito não será divulgado neste momento. “As operações estão em andamento para localizá-lo, pois ele se encontra foragido”, afirmou o delegado, acrescentando que a arma utilizada pelo advogado Keldheky não foi apreendida.
Após a análise de vídeos que capturaram o momento da confusão, o delegado informou que Keldheky poderá ser responsabilizado por tentativa de homicídio. Buzolin também esclareceu que não foram encontradas perfurações por arma de fogo no corpo de Juliana Chaar, confirmando que a causa de sua morte foi o atropelamento. A continuidade das investigações visa garantir que todos os envolvidos respondam adequadamente por seus atos, reforçando o compromisso da Justiça em lidar com casos tão graves e impactantes para a sociedade.