Análise em Andamento sobre o atropelamento Fatal
No cenário atual de Rio Branco, a perícia sobre um recente atropelamento fatal está em andamento, com a inclusão de análises complementares e balísticas. Ao mesmo tempo, Manoel Moraes, um deputado estadual comprometido com os problemas agrários, propõe o cultivo de café como alternativa econômica para ex-seringueiros que, ao longo dos anos, foram deixados à mercê do abandono governamental.
A Reserva Extrativista Chico Mendes (Resex), inaugurada em 1990, foi um marco no Brasil ao permitir que populações tradicionais não apenas habitassem a floresta, mas também explorassem seus recursos naturais de modo sustentável. Isso incluía a extração de produtos como castanha, seringa e madeira, sempre sob um plano de manejo. A filosofia defendida pelo icônico líder sindical Chico Mendes, que foi assassinado dois anos antes da criação da reserva, promovia a proteção ambiental aliada à possibilidade de sustento para essas comunidades.
No entanto, o que era prometido como uma alternativa viável para a preservação do meio ambiente se mostrou ineficaz. Ao longo do tempo, o manejo florestal, especialmente nas florestas do Acre, revelou-se uma ilusão, levando as comunidades que deveriam ser beneficiadas a uma situação de crescente pobreza e negligência. O crescimento dos seringais em regiões do Centro-Sul do Brasil eliminou de vez a viabilidade da extração comercial de borracha, e a sonhada bioeconomia não se concretizou, com a chegada de indústrias de cosméticos e fármacos permanecendo apenas no papel.
Em visita a Xapuri, que novamente se tornou um ponto de tensão agrária, conversamos com os moradores da Resex, que aos poucos transformaram suas terras em pastagens para gado, ao invés de manter a floresta em pé. O deputado Manoel Moraes, radicado no município, é uma figura proeminente na defesa das causas do homem do campo e também atua como fiscal ambiental no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Entrevista com o Deputado Manoel Moraes
O Aquiri: Como a política entrou na sua vida?
Manoel Moraes: A política sempre fez parte da minha trajetória. Desde cedo, busquei ajudar as pessoas ao meu redor. Após algumas derrotas eleitorais, consegui me eleger pela primeira vez em 2010 e, desde então, permaneço no cargo.
“A política, para mim, é um instrumento de transformação quando colocada verdadeiramente a serviço do povo.”
O Aquiri: Quais são seus principais focos de atuação?
Manoel Moraes: Minha atuação sempre foi voltada para os que mais precisam, especialmente os trabalhadores rurais. Tenho me empenhado em garantir melhorias na infraestrutura de Xapuri e em outros municípios, além de lutar pela construção da ponte da Sibéria, um sonho antigo da população.
O Aquiri: Como é ser líder do governo na Assembleia Legislativa?
Manoel Moraes: Liderar a bancada requer equilíbrio e diálogo. Busco sempre representar os interesses do povo nas discussões e colaborações com o governador e a vice-governadora. Meu foco está em atender as demandas das cidades, como saúde, educação e infraestrutura.
O Aquiri: Você é um defensor da regularização fundiária. Como isso se concretiza?
Manoel Moraes: A regularização fundiária é crucial para o desenvolvimento das comunidades. Aprovamos a Lei nº 4.587, que reduz o prazo para regularização de terras agroflorestais, beneficiando centenas de produtores que antes enfrentavam dificuldades devido à burocracia.
O Aquiri: Quais desafios você enxerga na zona rural de Xapuri?
Manoel Moraes: A Resex enfrenta complexidades, pois muitos moradores desconhecem a delimitação de áreas protegidas. Sem alternativas sustentáveis, muitos recorrem ao desmatamento para a criação de gado, uma medida que não é sustentável a longo prazo. Acredito que o cultivo de café pode ser uma saída viável, pois não prejudica o meio ambiente e oferece uma nova fonte de renda.
O Aquiri: Por que não existem indústrias em Xapuri?
Manoel Moraes: A falta de produção em escala inviabiliza a instalação de agroindústrias. Com a pecuária já estabelecida, precisamos diversificar as culturas, principalmente com o café, para garantir uma receita justa e sustentável para nossos produtores rurais. Infelizmente, a falta de investimentos e estudos na região impede que aproveitemos todo o potencial.