Pesquisa Revela Rejeição à anistia para Bolsonaro
Uma nova pesquisa realizada pelo Datafolha mostra que 54% dos brasileiros são contrários à concessão de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O levantamento, que ouviu 2.005 eleitores de 113 municípios, revela que a condenação de Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado e outros crimes gerou uma forte resistência na população.
O estudo revela que apenas 39% dos entrevistados defendem a anistia, enquanto 2% se mostraram indiferentes ao tema e 4% não souberam opinar. Além disso, 61% dos participantes da pesquisa rejeitam a ideia de perdão aos envolvidos nos ataques golpistas ocorridos em 8 de janeiro de 2023, que resultaram em 1.630 ações penais e 683 condenações.
Jair Bolsonaro se destaca como o primeiro ex-presidente brasileiro a ser condenado por tentar realizar um golpe de Estado, podendo enfrentar pena em regime fechado uma vez que não há mais recursos disponíveis. Atualmente, o ex-presidente está sob prisão domiciliar cautelar.
No julgamento mais recente, a Primeira Turma do STF decidiu por unanimidade, com quatro dos cinco ministros optando pela condenação e prisão de Bolsonaro em regime fechado. Essa decisão reflete a gravidade dos atos cometidos por ele durante seu mandato.
A proposta de anistia, defendida pela família Bolsonaro, ganhou apoio entre os partidos do Centrão antes do início do julgamento e está sendo promovida internacionalmente, especialmente por Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, que busca apoio no governo do aliado Donald Trump, presidente dos Estados Unidos.
Após a condenação, Donald Trump expressou surpresa e descontentamento com a decisão do STF, fazendo comparações com sua própria experiência. “É muito parecido com o que tentaram fazer comigo, mas não conseguiram”, declarou Trump. Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA, também indicou que uma resposta seria dada em relação ao caso.
A tentativa de Eduardo Bolsonaro de evitar a prisão do pai já resultou em sanções, como tarifas de 50% às exportações de produtos brasileiros para os Estados Unidos e punições direcionadas a ministros do STF, especialmente Alexandre de Moraes.
Recentemente, a porta-voz da Casa Branca comentou sobre a situação, reafirmando o compromisso dos Estados Unidos com a liberdade de expressão e a disposição de utilizar poder militar, se necessário, em defesa desse princípio.