Orientações da Secretaria de Saúde
O início do verão em Minas Gerais traz consigo o aumento das chuvas, exigindo da população uma atenção especial. Essa época, além de provocar alagamentos e enchentes, também amplia o risco de doenças e complicações de saúde, tornando necessário adotar medidas preventivas.
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) implementou o Plano de Preparação e Resposta ao Período Chuvoso, inserido no Programa VigiDesastres. Essa estratégia inclui o monitoramento das condições sanitárias e riscos associados, com atuação em conjunto com a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros Militar, oferecendo suporte aos municípios em situações de emergência.
As chuvas frequentes e as altas temperaturas criam um ambiente ideal para a reprodução do mosquito Aedes aegypti, conhecido por ser o vetor da dengue, zika e chikungunya. Eduardo Prosdocimi, subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, destaca que “o período chuvoso, aliado ao calor, pode aumentar a proliferação do mosquito”.
Riscos Associados e Imunização
Além das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, o aumento de alagamentos e inundações também eleva o risco de tétano, uma infecção causada por uma bactéria presente em objetos enferrujados e perfurantes, comuns em áreas afetadas por enchentes.
No intuito de prevenir a dengue, Minas Gerais disponibilizará a vacina Qdenga, destinada a crianças e adolescentes com idade entre 10 e 14 anos. Também será oferecida a vacina do Instituto Butantan, que inicialmente será aplicada nos profissionais da atenção primária à saúde.
“O tétano, por sua vez, tem uma vacina acessível no SUS, totalmente gratuita e eficaz, disponível em vacimóveis e postos de saúde, para que a população possa se proteger”, afirma Prosdocimi.
Cuidados com a Água e Doenças Diarreicas
A contaminação da água através das enchentes pode provocar doenças diarreicas, o que torna a orientação sobre a qualidade do consumo de água ainda mais relevante. A recomendação é que as pessoas utilizem apenas água tratada, filtrada ou fervida, e busquem atendimento médico caso os sintomas se agravem.
Editando ainda mais a segurança alimentar, “é crucial descartar qualquer alimento que tenha tido contato com a água da enchente, mesmo que esteja embalado. A água sanitária também pode ser utilizada na limpeza de superfícies e ambientes impactados”, orienta Prosdocimi.
Para desinfetar a água quando não é possível filtrá-la ou fervê-la, a SES-MG sugere adicionar duas gotas de água sanitária a cada litro de água e aguardar 30 minutos antes do consumo.
Atenção à Leptospirose e Animais Peçonhentos
A SES-MG alerta ainda para o risco de leptospirose, uma infecção que pode se espalhar em áreas alagadas com água contaminada. A doença é transmitida pelo contato da pele ou mucosas com águas poluídas e pode evoluir para formas graves, exigindo cuidado redobrado da população.
Outro ponto a ser considerado é o deslocamento de animais peçonhentos durante o período de chuvas. O aumento do volume de água pode forçar esses animais a buscar abrigo, aumentando o risco de acidentes tanto em áreas urbanas quanto rurais.
Para minimizar os riscos, a orientação é manter os ambientes limpos, evitar o acúmulo de entulho, sacudir roupas e calçados antes do uso e, caso encontrem animais peçonhentos, acionar o Corpo de Bombeiros Militar ou o serviço de zoonoses local.
Prevenção Começa em Casa
É fundamental que a prevenção comece em casa. Estar ciente dos perigos e tomar atitudes simples pode ser eficaz na proteção não só de você, mas também da sua família. A SES-MG reforça que, além das medidas de saúde, a colaboração da comunidade é essencial para um ambiente mais seguro durante o período chuvoso.
