Obstrução na Apuração do Caso
O Conselho Regional de Enfermagem do Acre (COREN/AC) deu início a uma investigação sobre o atendimento à recém-nascida Aurora Maria Oliveira Mesquita, que sofreu queimaduras graves durante um banho no hospital da Mulher e da Criança do Juruá, localizado em Cruzeiro do Sul. A iniciativa, que partiu da presidência do conselho, busca apurar possíveis falhas ou negligência por parte da equipe de enfermagem.
No entanto, a fiscalização enfrentou um obstáculo inesperado: a direção do hospital negou acesso ao prontuário da paciente, um documento essencial para entender os procedimentos e condutas adotadas pelos profissionais de saúde. Essa recusa é interpretada como uma obstrução à investigação, uma vez que o COREN/AC tem a autoridade legal estabelecida pela Lei Federal nº 5.905/73 para realizar essa fiscalização.
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Até o momento, o COREN/AC não se manifestou sobre quais medidas pretende tomar em decorrência da negativa de acesso aos dados médicos, que pode resultar em sanções administrativas direcionadas ao hospital. Enquanto isso, a família de Aurora continua à espera de esclarecimentos sobre o trágico incidente.
Interpretação Restritiva e Consequências Legais
A direção do hospital justificou a negativa com uma interpretação restritiva de normas internas e um entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito do sigilo de informações médicas em investigações criminais. Contudo, essa situação não se aplica ao caso do COREN/AC, que atua dentro de seu direito de fiscalização profissional.
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O COREN/AC enfatiza que a sua função de fiscalização é respaldada por leis federais que asseguram o acesso a documentos e informações necessários para o exercício pleno de suas atribuições. O obstáculo ao acesso ao prontuário não só compromete a investigação, mas também afeta a segurança da assistência prestada à população.
Consequentemente, a Polícia Federal foi acionada e o conselho planeja recorrer ao judiciário, através de um mandado de segurança, para garantir o acesso ao prontuário. Além disso, o COREN/AC tomará providências junto ao Ministério Público Federal para contestar a atitude da direção do hospital, que não apenas infringe os direitos do conselho, mas também o direito da sociedade à uma fiscalização ética e segura.
Repercussão e Preocupação da Comunidade
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Esse caso gerou grande repercussão, especialmente após relatos que afirmam que a criança teria recebido um banho com água em temperatura inadequada, o que resultou nas queimaduras. A fiscalização do COREN/AC é uma etapa essencial para apurar as responsabilidades e garantir a segurança no atendimento à população, evitando que incidentes semelhantes ocorram no futuro.
Enquanto aguarda por respostas, a comunidade de Cruzeiro do Sul se mostra alarmada com os desdobramentos da situação. A necessidade de um atendimento seguro e responsável é um clamor evidente entre os moradores, que agora observam atentamente a apuração do caso e as ações que serão implementadas para evitar novas tragédias.