Extremos Meteorológicos em Agosto
O mês de agosto de 2025 foi marcante para o Acre, tendo em vista as condições climáticas incomuns observadas em diversas localidades do estado. De acordo com o especialista em climatologia, Davi Friale, esse período se destacou como o mais extremo do ano em termos de fenômenos meteorológicos. Durante o mês, cidades como Rio Branco experimentaram uma série de recordes de calor, seca intensa e ventos fortes, que levantaram preocupações significativas sobre os impactos na saúde e no meio ambiente.
A capital acreana, por exemplo, registrou apenas 12,6 mm de precipitação ao longo de todo o mês, o que corresponde a meros 22,1% da média histórica para agosto, conforme dados da Estação Automática do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Por sua vez, a Agência Nacional de Águas (ANA) indicou um número ligeiramente superior, 19,0 mm, mas ainda assim consideravelmente aquém da média usual de 57 mm. “A intensidade da seca foi alarmante, e a vegetação local enfrentou efeitos diretos dessa situação”, ressaltou Friale.
calor Intenso e Baixa Umidade
O calor extremo no Acre foi uma constante em agosto. No dia 2, a temperatura em Rio Branco atingiu 36,7°C, sendo essa a marca mais elevada do ano até aquele momento. Em Epitaciolândia, o último dia do mês trouxe temperaturas ainda mais elevadas, com a máxima alcançando 37,7°C, o maior registro do estado em 2025.
Além do calor escaldante, a umidade relativa do ar em Rio Branco caiu para alarmantes 19% no dia 15, um nível que acende sinais de alerta para a saúde pública, já que pode propiciar desidratação, sangramentos nasais e agravar condições respiratórias. Os dados coletados mostram como as condições climáticas extremas podem afetar a qualidade de vida da população.
Ventania Surpreendente e Seus Efeitos
Outro aspecto que chamou a atenção em agosto foi a força dos ventos. No dia 23, Feijó registrou a maior velocidade de vento do ano no estado, com 50,8 km/h. Enquanto isso, em Rio Branco, a velocidade dos ventos no aeroporto chegou a 44,4 km/h, no dia 22.
Contudo, Friale alerta que as rajadas de vento que atingiram a capital no dia 31 foram ainda mais intensas e podem ter superado os 70 km/h. “Devido à ausência de uma estação meteorológica no centro de Rio Branco, não houve um registro oficial. No entanto, os danos observados sugerem que as rajadas realmente ultrapassaram essa marca”, explicou o climatologista.
Em comparação, no ano anterior, Rio Branco já havia registrado temperaturas mais altas, atingindo 38,6°C no mesmo mês, enquanto o menor índice de umidade em 2023 foi de 24%, um número que foi superado neste ano. O cenário climático extremo no Acre se destaca ainda mais quando analisado em um contexto nacional. Em agosto, Cuiabá foi a capital com a maior temperatura registrada, marcando 40,2°C no dia 18, enquanto João Pessoa (PB) se destacou com o maior acumulado de chuvas, chegando a 138,4 mm no dia 15.
