Três Baleados em Conflito com Segurança e Polícia no PS de Rio Branco

Confusão e Disparos no Hospital de Rio Branco

Um incidente violento ocorreu no Pronto-Socorro de Rio Branco, onde três homens foram baleados durante uma discussão com seguranças e policiais militares. Relatos de testemunhas indicam que a confusão começou enquanto Leandro acompanhava seu pai, que estava internado na unidade semi-intensiva após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC).

A esposa de Leandro, Maria Francisca Souza da Silva, relatou que a tensão surgiu ainda dentro do hospital, quando um funcionário pediu que Leandro deixasse a chamada sala vermelha, onde seu pai recebia atendimento. “O diretor, que eu não sei o nome, pediu que o meu esposo saísse. E o Leandro respondeu: ‘Você espera a minha irmã chegar? Quando a minha irmã chegar, eu saio’. Aí ele [o diretor] disse: ‘não, você tem que sair agora’ e chamou o segurança”, detalhou Maria.

Leandro estava aguardando a chegada de sua irmã, Sabrina Souza de Araújo, para que pudesse se revezar com ela na companhia do pai. Entretanto, a situação se intensificou quando o funcionário retornou e reiterou que eles não poderiam permanecer na área restrita, instruindo-os a aguardar na recepção.

A família alega que um médico havia permitido que eles permanecessem no local antes da intervenção do funcionário. Segundo Maria Francisca, a situação se agravou quando um vigilante puxou Leandro pela camisa, após a resistência dele e de Sabrina em sair da área restrita.

Após serem deslocados para frente do Pronto-Socorro, onde estavam outros familiares aguardando notícias, a situação não se acalmou. Um segurança alegou que Leandro o estava ameaçando e, consequentemente, acionou a Polícia Militar. “Tiraram eles dois de lá. Arrastaram ele pra fora e o Leandro dizia que não era pra fazer isso porque era um cidadão de bem. Deixaram ele aqui na frente e ficamos aqui. Meu marido em nenhum momento chegou perto do segurança, tem câmera aqui e dá pra ver”, enfatizou.

De acordo com Maria, os policiais chegaram cerca de uma hora após o acionamento e foram falar com a família. O funcionário que inicialmente pediu para Leandro e Sabrina saírem da sala vermelha se aproximou e começou a explicar o ocorrido. Neste momento, segundo a cozinheira, houve uma escalada de tensão entre os policiais e o grupo familiar.

Sabrina acabou recebendo voz de prisão por desacato, e a família implorou para que ela não fosse levada. A discussão continuou acalorada e, em meio ao tumulto, um dos policiais sacou a arma e disparou. “Minha cunhada estava explicando a situação, o policial tentou levar ela e meu esposo pediu calma, que não levassem, que ela não tinha feito nada. Peguei meu celular para filmar e o policial disse pra eu não filmar, puxou a arma pra mim e disse que ia atirar em mim. Levantou a arma e atirou pra cima, e nesse momento o outro policial já atirou também”, relembrou.

A família informou que Leandro e Felipe foram baleados na região da cintura, enquanto Diego foi atingido na perna. “Estão fazendo cirurgia agora, estão lá internados. Gritei desesperada atrás de um médico. Levaram minha cunhada presa, meu esposo estava com meu sogro desde 11h. Estamos aqui desesperados”, desabafou Maria.

A cozinheira criticou a abordagem e a ação da Polícia Militar. “A polícia tem que ouvir as duas partes, somos pessoas de bem, não matamos e nem roubamos. Um policial de bem não aborda um civil dessa forma; eles precisam chegar e saber conversar, ouvir as duas partes”, finalizou.