O Impacto Transformador dos transplantes no Acre
O Serviço de transplantes do Acre, coordenado pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) em parceria com a Fundação Hospitalar Governador Flaviano Melo (Fundhacre), tem mudado a vida de muitos acreanos. Este programa não apenas promove o bem-estar, mas também renova a esperança de pacientes transplantados que, ao receber uma nova chance, redescobrem a possibilidade de um futuro pleno.
Desde sua criação em 2006, o Sistema Único de Saúde (SUS) do estado já realizou transplantes em quatro áreas: rim, fígado, córnea e ossos. Até o presente momento, foram realizados com êxito 557 procedimentos, sendo 107 renais, 340 de córnea, 108 hepáticos e 2 de tecido musculoesquelético. Este ano, já somam 28 cirurgias, com a expectativa de ultrapassar 50 até o final do ano.
Valéria Monteiro, enfermeira e coordenadora do Serviço de transplantes da Fundhacre, destaca a importância da equipe multidisciplinar que acompanha os pacientes desde o primeiro passo do processo, que se inicia com o encaminhamento médico. “Temos uma equipe que inclui psicólogos e assistentes sociais, garantindo suporte integral”, explica. Além disso, o paciente passa por rigorosos exames médicos antes da cirurgia, desde coletas de sangue até eletrocardiogramas.
Os critérios para a distribuição de órgãos são centrados na regionalização, priorizando doadores do Acre. Caso não haja compatibilidade, os órgãos podem ser disponibilizados para outras localidades. Os pacientes permanecem na fila até que um doador compatível seja encontrado.
Leia também: Acre: Um Modelo de Referência em Transplantes de Órgãos com Mais de 550 Procedimentos Realizados
O governador Gladson Camelí enfatiza que os transplantes são um símbolo de esperança, ressaltando a necessidade de sensibilização da população sobre a importância da doação de órgãos. “Temos avançado na estrutura de saúde e na conscientização sobre este ato nobre. Vamos continuar incentivando políticas que ampliem o acesso aos transplantes”, afirma.
A esperança de uma Nova Vida
A história de Edson Lima, de 14 anos, ilustra o impacto transformador dos transplantes. Diagnosticado com a Doença de Wilson, sua vida mudou após ser submetido a um transplante de fígado. A mãe, Aurinéia, compartilha a alegria de ver seu filho saudável, agradecendo aos doadores.
A cada três meses, Edson retorna à Fundhacre para acompanhamento, onde profissionais de saúde garantem que sua recuperação siga bem. Este tipo de cuidado é fundamental, pois cada dia traz esperanças renovadas.
Leia também: Acre: Um Modelo de Referência em Transplantes de Órgãos com Mais de 550 Procedimentos Realizados
Setembro é um mês especial, pois celebra-se o Dia Nacional da doação de órgãos em 27 de setembro. Durante este período, campanhas promovem a conscientização sobre a doação, com palestras em escolas e simpósios, além de compartilhar histórias emocionantes que mostram como a doação transforma vidas.
Ketiene Martins, da equipe de enfermagem da Organização de Procura de Órgãos (OPO), é uma das profissionais que realizam entrevistas com famílias de potenciais doadores. Ela comenta sobre a evolução da população no entendimento da doação, embora ainda persista a desinformação. “Conscientização é chave para que mais vidas sejam salvas”, argumenta.
Avanços em Políticas de Doação e transplantes
Nos últimos anos, o governo federal tem impulsionado ações para a doação de órgãos, e o Acre está no centro dessas iniciativas. Recentemente, o Plano Estadual de Doação e transplantes (PEDT) foi homologado, o que permitirá ao estado ampliar seu sistema de transplantes. A parceria com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) é vital para garantir a logística necessária para a captação de órgãos de outros estados.
O sucesso do programa é evidenciado pelo marco histórico de ter realizado o 100º transplante hepático em 2025. Lúcio César Nepomuceno, um dos beneficiados, recorda que o transplante mudou sua vida: “Nasci de novo”, diz ele. Este avanço é resultado de investimento contínuo do governo estadual na saúde pública.
Um “sim” à doação de órgãos pode salvar até oito vidas. Cada autorização familiar representa a continuidade da vida e o legado de solidariedade. O governo do Acre, em cooperação com o Ministério da Saúde, tem se empenhado em oferecer acesso a transplantes de qualidade, garantindo que mais pessoas possam usufruir desses serviços.
Edson, que agora vive com um novo fígado, deixa um ensinamento importante: “Doem órgãos e doem vidas. Sejam o amanhã de alguém. Com meu novo órgão, sei que poderei realizar meus sonhos, como a faculdade e um futuro promissor.”