**Pastor Condenado por Estupro e Assassinato Retorna ao centro das Investigações Após 25 Anos**
Natalino do Nascimento Santiago, um pastor evangélico de 50 anos, é alvo de novas investigações por um crime hediondo em Capixaba, no acre. Ele é suspeito do assassinato de Auriscléia Lima do Nascimento, um caso que reacende a memória de um crime brutal que ocorreu quase 25 anos atrás, quando foi condenado por estuprar e assassinar Silene de Oliveira Marcílio em Senador Guiomard, uma cidade do interior do estado.
No dia 3 de setembro de 2000, Silene foi vítima de uma violência extrema, deixando sua família devastada. Natalino, que tinha uma relação próxima com a vítima e sua família, era frequentemente acolhido em sua casa. A sobrinha de Silene, que optou por não se identificar, revelou detalhes sobre a convivência familiar com Natalino, que era tratado como um membro da família. Na época, ele era visto como um tio por parte de sua sobrinha e havia recebido apoio desde a infância, o que torna o crime ainda mais chocante.
Após ser julgado, Natalino foi sentenciado a 27 anos de prisão, sendo 19 anos pela morte de Silene e 8 anos pelo crime de estupro. No entanto, após cumprir apenas seis anos em regime fechado, ele foi beneficiado com a progressão de pena devido ao bom comportamento, um fator que gerou grande controvérsia. É importante ressaltar que, na época do crime, a legislação brasileira ainda não reconhecia o feminicídio como um tipo penal, o que significa que Natalino não foi julgado sob a gravidade que a situação exigiria, uma vez que essa definição só foi incorporada ao sistema jurídico em 2015.
**Detalhes do Crime e Relação com a Família**
O relato da sobrinha de Silene oferece uma visão perturbadora do dia do assassinato. Ela menciona que, durante um jogo de futebol na zona rural de Senador Guiomard, Natalino se envolveu em uma briga, aparentemente sob o efeito de álcool e drogas. Ao ser aconselhado a ir para casa, ele tomou a decisão de visitar Silene, que estava sozinha com os filhos, enquanto seu marido trabalhava na colheita de arroz. Infelizmente, foi nesse momento que ocorreu o crime.
Após o assassinato, Natalino fugiu para a cidade, onde se abrigou na casa de uma tia. A familiar estranhou seu comportamento, especialmente ao notar que suas roupas estavam cobertas de sangue. Apesar da situação suspeita, ele conseguiu tomar banho e se comportou como se nada tivesse acontecido. No dia seguinte, o marido de Silene, ao retornar para casa, não encontrou sua esposa nem seus filhos. Inicialmente, ele acreditou que eles estivessem na casa da sogra, mas após três dias de buscas e tentativas de contato com parentes e hospitais locais, a verdade veio à tona. Os filhos do casal relataram que Natalino havia assassinado a mãe, e o corpo de Silene foi encontrado em condições deploráveis em uma área de mata, enquanto as crianças se esconderam ao lado do corpo da mãe.
Agora, após quase um quarto de século, Natalino se vê novamente sob a suspeita de ter cometido outro crime brutal, desta vez o assassinato de Auriscléia Lima do Nascimento. As investigações em torno desse novo caso sugerem indícios de que este também possa ser uma ocorrência de feminicídio, o que levanta questões sobre a segurança e proteção das mulheres na região, além de exigir uma reflexão profunda sobre como a justiça tem lidado com casos de violência contra a mulher.
A reabertura de casos como o de Natalino do Nascimento Santiago é um chamado à ação para a sociedade e as autoridades, reforçando a necessidade de um sistema judicial mais rigoroso e eficaz no combate à violência contra as mulheres, além da proteção das vítimas e de suas famílias. A continuidade das investigações é vital para que a justiça seja feita e para que crimes como esses não sejam mais tolerados na sociedade.