Reformulação do Auxílio Gás para Famílias de Baixa Renda
Na próxima semana, o governo federal dará um passo significativo ao lançar um programa que visa reformular o Auxílio Gás, com o intuito de garantir que famílias de baixa renda consigam acessar o botijão de gás de cozinha (GLP). O novo esquema busca substituir a atual transferência de valores, que se baseia no preço médio nacional, por um benefício mais direto e efetivo.
A informação foi compartilhada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, durante o programa Bom Dia, Ministro, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), nesta quarta-feira (27). “O programa está pronto e será lançado na semana que vem. Ele vai crescer gradualmente. Em março, chegará a 15,5 milhões de famílias, o que equivale a mais de 46 milhões de pessoas”, declarou o ministro.
Destinado a famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) com renda igual ou inferior a meio salário mínimo, o benefício atualmente abrange aproximadamente 5,6 milhões de famílias. Contudo, o governo estima que esse número poderá ultrapassar a marca de 20 milhões. Para 2024, estão alocados R$ 13,6 bilhões em recursos para essa iniciativa.
Atualmente, cada família recebe R$ 108 a cada dois meses, um valor que corresponde a 100% do preço médio do botijão de gás de 13 kg. Porém, com a nova proposta, as famílias passarão a receber um vale crédito, conforme explicou Rui Costa. “Elas [as famílias] receberão uma espécie de vale crédito a ser utilizado em distribuidoras cadastradas, bastando apresentar o CPF”, acrescentou o ministro.
Desigualdade de Preços do Botijão de Gás
Uma das críticas ao modelo atual é que o benefício se configura apenas como um subsídio financeiro. Apesar de supostamente refletir a média do preço nacional, o valor fixo muitas vezes não é suficiente para garantir a compra do botijão de gás em diversas localidades. Rui Costa exemplificou que há regiões onde o preço cobrado pelo botijão de gás excede em até R$ 60 o preço médio.
“Estamos falando de um valor médio, no Brasil, entre R$ 105 e R$ 109 o botijão, sendo que ele é vendido em algumas localidades por R$ 160 ou R$ 170. Há uma disparidade muito grande de preço, dependendo da localização e da região”, argumentou o ministro.
A proposta do governo vai além do simples fornecimento de um auxílio; a intenção é entregar o botijão de forma direta às famílias. “Além de garantir que as pessoas tenham dignidade para cozinhar seus alimentos, essa medida também visa reduzir o índice de queimaduras de crianças e mulheres em acidentes domésticos, que muitas vezes utilizam líquidos inflamáveis, como álcool, na ausência do botijão de gás”, completou Rui Costa.