Aumento da Isenção do Imposto de Renda e Expectativas do Mercado
A recente declaração do presidente do INSS sobre a detecção de assinaturas fraudulentas feitas por robôs gerou inquietação entre investidores e analistas. Com o cenário econômico brasileiro se desenhando com incertezas, muitos temem que um novo mandato do presidente Lula possa agravar a situação fiscal do país, evidenciando dúvidas persistentes sobre seu compromisso com a manutenção das contas públicas.
Adicionalmente, a preocupação em relação ao projeto do governo que propõe ampliar a isenção do Imposto de Renda para aqueles que recebem até R$ 5.000 voltou à tona. Nesta quinta-feira, a Câmara dos Deputados aprovou, por unanimidade, a urgência da proposta, o que pode ter impactos significativos nas receitas do governo e no equilíbrio fiscal. Em meio a isso, o mercado financeiro não deixou de reagir. A fala de Lula, que anunciou o envio de um projeto de lei ao Congresso visando a distribuição gratuita de gás de cozinha para 15,5 milhões de famílias, também contribuiu para a preocupação dos investidores.
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Marcelo Bacelar, gestor de portfólio da Azimut Brasil Wealth Management, comentou sobre a situação. Segundo ele, “o movimento predominante de hoje ainda é local. São todas notícias antigas, mas a precificação das taxas futuras estava muito benigna. Assim, foram feitos ajustes com base na renovação dos temores”. Esta afirmação reflete a tensão no mercado, que parece estar reagindo com cautela às novas informações.
Cenário Externo e Expectativas do Federal Reserve
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Apesar de o mercado brasileiro ter permanecido relativamente estável, o cenário internacional trouxe um novo impulso para as taxas dos DIs, influenciado pelos ganhos dos rendimentos dos Treasuries. O rendimento do Treasury de dois anos, que serve como termômetro para as expectativas sobre as taxas de juros de curto prazo, apresentou uma alta de 5 pontos-base, alcançando 3,792%. Esses dados indicam que os investidores estão cada vez mais atentos às diretrizes da política monetária dos Estados Unidos.
Os mercados globais estão na expectativa do discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, que ocorrerá no simpósio econômico de Jackson Hole nesta sexta-feira (22). Os investidores buscam pistas sobre os próximos passos da política monetária americana, levando em consideração o cenário instável da economia global. As apostas de que o Fed poderá retomar os cortes na taxa de juros na próxima reunião, marcada para setembro, foram reduzidas nesta quinta-feira. Nos últimos dados da LSEG, as probabilidades de uma redução de 0,25 ponto percentual caíram para 70%, em comparação aos 84% registrados no dia anterior.
Impacto da Pesquisa PMI e Expectativas do Setor Industrial
Além disso, uma pesquisa PMI divulgada pela S&P Global surpreendeu os operadores ao indicar que o setor industrial dos EUA saiu do território de contração e passou a mostrar sinais de expansão em agosto. Este resultado sugere uma resiliência na maior economia do mundo e teve um impacto direto no aumento dos rendimentos dos títulos do país. A expectativa é que essa recuperação no setor industrial possa influenciar as decisões futuras do Federal Reserve em relação às taxas de juros, refletindo as complexidades do cenário econômico.