Cooperação Entre Municípios para Enfrentar a Crise do Lixo
Em um movimento inovador de colaboração intermunicipal, 11 prefeitos do interior do Acre se reuniram na última sexta-feira, 1º, com o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom. O encontro teve como foco a definição de estratégias para enfrentar a crescente crise de lixo que afeta diversas localidades do estado. A capital, Rio Branco, se compromete a receber temporariamente os resíduos sólidos desses municípios, enquanto o governo estadual e a União trabalham na criação de soluções definitivas, como novos aterros sanitários regionais.
Os municípios que irão se beneficiar dessa medida são Assis Brasil, Brasiléia, Epitaciolândia, Xapuri, Bujari, Porto Acre, Manoel Urbano, Mâncio Lima, Senador Guiomard, Sena Madureira e Capixaba, além da própria capital. “A discussão sobre os resíduos sólidos tem sido intensa”, destacou Tião Bocalom durante a reunião em seu gabinete. Ele informou que a cidade está pronta para acolher os resíduos de 12 municípios, que somam cerca de 90 toneladas por semana destinadas à Unidade de Tratamento de Resíduos (UTRE) de Rio Branco.
Medida Emergencial e Apoio Político
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Bocalom ressaltou que essa iniciativa é emergencial e não representa uma solução completa para o problema. “Esse é um passo inicial. O governo do Estado já está elaborando um projeto que esperamos seja implementado em aproximadamente um ano e meio, visando não apenas o lixo, mas também as questões de água e esgoto”, explicou o prefeito. A operacionalização desse plano recebeu um impulso significativo com o apoio da deputada federal Antônia Lúcia, que anunciou um repasse de quase R$ 22 milhões para a compra de caminhões, carretas e equipamentos necessários para o transporte dos resíduos dos municípios até a capital.
“Esse recurso foi solicitado pelos prefeitos, principalmente pelo prefeito Bocalom, presidente da Amac [Associação dos Municípios do Acre] e do consórcio. Destinei esse valor para garantir que todos os 22 municípios possam regularizar suas situações”, afirmou a deputada, enfatizando a importância da parceria e do apoio político.
Articulação e Diagnóstico do Consórcio
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O coordenador do consórcio responsável pela articulação entre os municípios, Emerson Leão, ressaltou o trabalho de diagnóstico realizado ao longo do último ano. “Visitamos todos os lixões e realizamos um levantamento técnico. Atualmente, Rio Branco possui a infraestrutura necessária para receber esse lixo, permitindo que os municípios encerrem suas atividades em áreas de descarte irregulares”, enfatizou Leão. Durante a reunião, foi também assinado um termo de compromisso entre os prefeitos, que agora devem trabalhar juntos com suas equipes técnicas para definir a logística de transporte dos resíduos.
O prefeito de Assis Brasil, Jerry Correia, também participou da discussão e destacou a importância dessa medida. “Embora ainda não possamos comemorar, isso nos traz alívio. O principal desafio dos municípios — exceto Rio Branco — é a destinação adequada do lixo. Estamos em desacordo com a legislação nacional. Agora, temos um caminho mais claro, com o apoio da prefeitura da capital, da deputada Antônia Lúcia e do consórcio”, afirmou Correia.
Próximas Ações e Compromissos Governamentais
Além do plano emergencial, o grupo de prefeitos também discutiu a atualização dos Planos Municipais de saneamento Básico (PMSB), um requisito essencial para a captação de recursos e futuras concessões. Segundo Bocalom, o governo federal, por meio da Funasa e da Secretaria Nacional de saneamento, comprometeu-se a apoiar os estudos e projetos necessários para a implementação das soluções a longo prazo.
“Agradecemos ao governador Gladson Camelí e à deputada Antônia Lúcia. Essa era uma situação que recaía sobre os municípios, e agora o estado está assumindo essa responsabilidade”, concluiu Bocalom. A expectativa é que, até 2027, todas as regiões do Acre tenham aterros sanitários consorciados, eliminando assim os lixões e alinhando o estado à Política Nacional de Resíduos Sólidos.