Denúncias de Xenofobia Afetam Atletas Acreanos
Atletas do Acre, que estão competindo nos Jogos da Juventude Caixa 2025 em Brasília, trouxeram à tona uma grave acusação de xenofobia ocorrida durante uma partida de vôlei. Os responsáveis pela conduta inaceitável são o oficial Adalberto Carneiro de Lima Júnior e o técnico de taekwondo Lucas Henrique Ferreira Bispo, da delegação de Sergipe, que já foram punidos pela organização do evento.
O incidente, que aconteceu no último domingo, 21, foi documentado em um relatório da arbitragem, o qual detalha que a dupla em questão fez gestos e sons que imitavam indígenas, enquanto os jogadores acreanos estavam em quadra. Essa atitude foi considerada extremamente ofensiva à identidade cultural dos atletas e teve um impacto negativo no desempenho da equipe, que se encontrava empatada no jogo naquele momento.
Em defesa de sua delegação, o chefe da equipe sergipana, Wendel Ribeiro, tentou minimizar a situação, alegando que se tratava de uma “brincadeira comum” em seu estado. Contudo, a Comissão Disciplinar Especial da Secretaria-Geral dos Jogos da Juventude não ignorou a gravidade da situação e aplicou uma suspensão de 16 meses a Adalberto Carneiro e 12 meses a Lucas Bispo, conforme os artigos 105 e 108 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva Escolar (CBJDE), que abordam atos discriminatórios e comportamentos contrários à disciplina esportiva.
Consequências e Reações
As cenas consideradas ofensivas foram registradas em vídeo, o que facilitou a imposição da punição. Em resposta ao ocorrido, a Secretaria de Educação e Cultura do Acre (SEE) divulgou uma nota pública condenando a discriminação. A mensagem, assinada pelo secretário Aberson Carvalho, enfatiza a importância de combater práticas preconceituosas tanto no ambiente escolar quanto esportivo.
A nota afirma: “O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEE), informa que a equipe acreana de vôlei foi vítima de atos de xenofobia durante os Jogos da Juventude Caixa 2025. A denúncia feita pela delegação acreana foi examinada pela Justiça Desportiva Escolar, que reconheceu a seriedade da situação e tomou a decisão de punir os profissionais da delegação de Sergipe envolvidos”.
A SEE também destacou a necessidade de adotar posturas firmes contra a discriminação em ambientes escolares e esportivos. Em 2023, após incidentes de injúria racial ocorridos durante os Jogos Estudantis do Acre, a SEE tomou uma decisão pedagógica ao suspender uma escola da competição, sendo uma medida que reflete a responsabilidade da instituição em fomentar o respeito e a diversidade.
Compromisso Contínuo com a Diversidade
O governo do Acre, por meio da SEE, está atento aos desdobramentos do caso e discute as medidas necessárias para garantir a segurança, integridade e respeito à diversidade entre os alunos. “O ambiente esportivo deve ser um espaço de formação e respeito, e qualquer conduta que contrarie esses princípios será tratada com seriedade”, afirmou o secretário Aberson Carvalho de Sousa.
Este episódio não apenas ilustra as dificuldades enfrentadas pelos atletas de diversas origens no cenário esportivo brasileiro, mas também destaca a necessidade urgente de promover um ambiente de respeito e acolhimento, onde a discriminação não tenha espaço. A luta contra a xenofobia e qualquer forma de preconceito é uma responsabilidade coletiva e fundamental em todas as esferas da sociedade.