Decreto Reconhece Crise Hídrica no Estado
A Prefeitura de Rio Branco formalizou, na última quarta-feira, 6, a situação de emergência em virtude da severa seca que atinge todo o Acre. A publicação foi feita em uma edição extraordinária do Diário Oficial do Estado (DOE), com o decreto assinado pelo governador Gladson Camelí, que reconhece a acentuada crise hídrica já responsável pelo desabastecimento em diversas áreas urbanas e que ameaça comunidades rurais.
O documento tem um prazo de validade de 180 dias, permitindo a atuação da Defesa Civil em parceria com os governos federal e municipal, com o objetivo de amenizar os efeitos da seca e prevenir desastres de maior magnitude. Além disso, a medida autoriza ações emergenciais pela Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (CEPDC), que incluem mobilização de caminhões-pipa, apoio logístico, instalação de abrigos e campanhas informativas para a população. Também está previsto que órgãos públicos possam realizar contratações e aquisições de forma simplificada, para garantir uma resposta rápida a essa crise ambiental.
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Ainda nesta quarta-feira, foi realizada a cerimônia para assinatura do decreto, que contou com a presença do coordenador da Defesa Civil Municipal, tenente-coronel Cláudio Falcão, além de representantes da Secretaria Municipal de Agricultura e outras entidades envolvidas na resposta à crise. Durante o anúncio, o prefeito Bocalom expressou sua preocupação com os efeitos da seca prolongada no abastecimento de água, na produção agrícola e na saúde da população. “O rio está em níveis muito abaixo do normal, e isso gera uma situação crítica. Com a promulgação do decreto, teremos os instrumentos legais para agir rapidamente, adquirir insumos e garantir que ninguém fique sem assistência”, declarou o prefeito.
Monitoramento Intensivo e Ações Emergenciais em Curso
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O tenente-coronel Falcão explicou que o decreto é resultado de mais de 20 dias de monitoramento rigoroso tanto nas áreas urbanas quanto nas rurais do município. “Estamos já realizando intervenções emergenciais, como o abastecimento de água com caminhões-pipa. A situação vem se agravando progressivamente. Agora, com a formalização do decreto, poderemos expandir nosso atendimento e solicitar apoio dos ministérios para ações humanitárias”, detalhou.
O período de estiagem, que normalmente se estende de maio a novembro, é caracterizado por baixos índices pluviométricos, altas temperaturas e umidade reduzida. No entanto, em 2025, essa situação se intensificou, com chuvas abaixo do esperado e níveis críticos nos rios. Relatórios técnicos indicam um risco real de colapso no sistema de captação e tratamento de água em bairros inteiros da capital.
Além disso, a seca, conforme mencionado no decreto, já contribui para o aumento das queimadas, tanto urbanas quanto rurais, colocando em perigo a saúde da população, principalmente de crianças e idosos. O governo estadual prevê que a situação de estiagem deve se agravar nas próximas semanas, a menos que ocorram chuvas significativas.