A estiagem prolongada traz consigo uma seca intensa, transformando a paisagem em um cenário árido e desolador, reminiscentes de desertos. Os rios, outrora caudalosos, agora se tornam meros filetes d’água, enquanto poças escuras e ácidas estagnam em igarapés e nascentes, revelando um quadro alarmante para a vida local. A natureza, que já foi vibrante e rica, agoniza sob a pressão da seca.
Ao contrário dos desertos, onde é possível contemplar a majestosa Via-Láctea à noite, a fumaça que paira sobre a região obscurece o céu, criando uma atmosfera apocalíptica. O Sol e a Lua, tingidos de um vermelho intenso, parecem anunciar conflitos e tragédias iminentes.
Postos de saúde, UPAs, URAPs, Pronto-Socorros e farmácias estão sobrecarregados, com pessoas desesperadas trocando alimentos por medicamentos. A situação se agrava à medida que a cavalaria, representando a autoridade e a justiça, chega para criticar e denunciar aqueles que invadem áreas ilegais, desmatam florestas e provocam incêndios devastadores. O clamor popular, em meio ao desespero, se intensifica.
Discursos inflamados ecoam entre os que clamam por justiça, frequentemente usando clichês como “crianças e idosos sofrem mais”. As acusações se dirigem contra adversários ideológicos, que são vistos como os responsáveis pela situação caótica. A força da lei, personificada pela figura da justiça, se mobiliza para punir aqueles que ocupam terras ilegalmente e devastam os recursos naturais, colocando em risco a vida de muitos.
Entretanto, a mesma cavalaria que se levanta em defesa dos vulneráveis, dos perseguidos e dos injustiçados, não hesita em voltar a proferir discursos exaltados. As vozes se elevam como trovões, exigindo direitos para aqueles que, em um passado recente, eram considerados criminosos. O ciclo de acusações se repete, enquanto os governantes, que fazem as leis e moldam o país, continuam a transferir a culpa para os outros.
À medida que as queimadas se intensificam, trazendo consigo fumaça, doenças e a morte de idosos e crianças, as autoridades podem se ver forçadas a mudar de postura. O dilema ético e político é palpável, revelando uma vulnerabilidade que os leva a “coxearem entre dois pensamentos”, como folhas ao vento, sem uma posição firme ou clara.
É importante ressaltar que existem aqueles que defendem um modelo alternativo de desenvolvimento para a Amazônia, em contraste com a visão tradicional dos ambientalistas. A realidade política é marcada por líderes que parecem presos a um único discurso, enquanto as leis ambientais permanecem inalteradas, perpetuando a situação caótica.
A pré-campanha para as eleições estaduais está agitada, com ex-prefeitos, ex-vereadores e ex-deputados buscando espaço, mas sem a presença de novos líderes emergentes. A pressão sobre o governo para que secretários não concorram nas próximas eleições é palpável, refletindo uma estratégia política que visa consolidar o poder.
O MDB, em particular, enfrenta desafios significativos, perdendo força nas últimas eleições e sem eleger um único prefeito. O partido, conhecido por sua busca de alianças, precisa urgentemente encontrar parceiros estratégicos para construir chapas competitivas para os pleitos estaduais e federais.
As manifestações dos produtores revelam um clima de insatisfação, onde termos como “socialismo”, “comunismo”, “Venezuela” e “Cuba” são frequentemente mencionados, demonstrando a polarização política em curso. A ex-deputada federal Mara Rocha, por sua vez, ressalta a necessidade de corrigir equívocos sobre sua trajetória política, esclarecendo que, embora tenha se eleito em 2018, nunca disputou o Senado, mas sim o governo em 2022, superando candidatos como Petecão e Márcio em votos.
O clima atual é de incertezas e tensões, onde a ação do icmbio na Reserva Extrativista (resex) gera repercussões políticas para o governo federal. O que se observa é um ciclo de promessas e discursos que, se não forem acompanhados de ações concretas, continuarão a manter a situação crítica que vivemos.
Bom dia!