Retorno ao Presídio do Acre: Envolvido em Rebelião com Cinquenta Mortos Volta Após Dois Anos
Cleidivar Alves de Oliveira, um dos envolvidos na rebelião que resultou na morte de cinco detentos, retornou ao Presídio de Segurança Máxima Antônio Amaro Alves, em Rio Branco, no último domingo (21). A decisão foi tomada pela Justiça Federal e acompanhada pelo Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen).
O detento estava custodiado na Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, e a sua transferência para o Acre foi realizada em um esquema de segurança rigoroso e com total sigilo. O Iapen confirmou que a movimentação seguiu protocolos de segurança adequados para garantir a integridade dos envolvidos.
Desde a rebelião, ocorrida em 26 de julho de 2023, Cleidivar havia sido transferido para Mossoró em setembro do mesmo ano, junto com outros 14 presos que também participaram do motim. Essa transferência foi parte de uma estratégia para isolar os líderes da facção criminosa e controlar a situação no sistema prisional do Acre.
De acordo com o Iapen, Cleidivar foi reintegrado ao sistema penitenciário local após o término do período de permanência na penitenciária federal e o indeferimento do pedido de prorrogação de sua estadia em Mossoró. As autoridades locais estão atentas à segurança da unidade, que ainda abriga outros detentos que estão sob investigação.
Planejamento da Rebelião e suas Consequências
A rebelião foi cuidadosamente planejada semanas antes de sua execução. As investigações apontaram que os detentos tinham como objetivo promover a facção criminosa, facilitar uma possível fuga e eliminar líderes de grupos rivais. O Ministério Público (MP) confirmou que Cleidivar teve um papel ativo nesses planos, participando da execução do motim.
No dia em questão, os presos conseguiram render policiais penais e tomar o controle do pavilhão de isolamento, o que culminou em um episódio violento e trágico. Os registros do evento mostraram que, enquanto um policial penal foi ferido, outro conseguiu escapar, embora permanecesse refém até o final da situação. Era evidente a necessidade de uma supervisão mais rigorosa e de medidas de segurança mais efetivas.
Durante a rebelião, Cleidivar e outros detentos exigiram a presença do promotor de Direitos Humanos do MP, Tales Tranin, para negociar o fim da situação caótica. As exigências foram um reflexo da tensão acumulada dentro do sistema prisional, que já apresentava falhas significativas. A rebelião foi marcada por um planejamento meticuloso, onde vários detentos foram transferidos estrategicamente antes do evento para facilitar a ação.
Transferências e Desdobramentos Futuros
Após os episódios de julho, o Governo do Acre solicitou a transferência dos envolvidos para presídios federais, buscando a contenção das lideranças criminosas e a diminuição da tumultuada situação. Foi uma operação complexa, coordenada por forças de segurança, que visou minimizar riscos de novos motins.
Atualmente, as investigações sobre a rebelião continuam em andamento, divididas em várias frentes. Um inquérito civil foi instaurado pelo MP-AC para apurar a responsabilidade do Estado, incluindo possíveis omissões e negligências que culminaram na necessidade de tais medidas extremas.
Além disso, os detentos que foram denunciados estão respondendo a processos em prisão preventiva e as ações judiciais estão se movendo para a fase de coleta de defesas preliminares. A situação evidencia a urgência de um olhar mais atento para a administração do sistema prisional e a necessidade de reformas que possam prevenir episódios semelhantes no futuro.
