Uma Tradição que Ecoa na Comunicação Acreana
A história da Rádio Difusora Acreana é marcada por inúmeras memórias que se entrelaçam ao longo de suas mais de oito décadas de existência. Fundada em 25 de agosto de 1944, a emissora, carinhosamente chamada de “Voz das Selvas”, se tornou um símbolo da comunicação no Acre, mesmo antes de o estado ser oficialmente reconhecido. Neste aniversário, a rádio não apenas celebra seu passado, mas anuncia investimentos significativos que visam reforçar seu compromisso com o futuro.
O que a distingue de outras emissoras é seu papel como uma verdadeira instituição afetiva na vida do povo acreano. No momento em que comemora 81 anos, a Difusora está passando por reformas em seu prédio histórico, que abriga um museu acessível ao público. Também foram adquiridos novos equipamentos, ampliado o sinal e integrada a equipe jornalística, posicionando a rádio para enfrentar os desafios da comunicação contemporânea.
A Transição para a Frequência Modulada
A mudança mais aguardada é a migração da rádio de amplitude modulada (AM) para a faixa de frequência modulada (FM). Essa transição não é meramente técnica; representa uma nova fase na jornada da Difusora, prometendo uma transmissão mais clara e vibrante. Para Nayara Lessa, secretária de Estado de Comunicação, esse passo encerra uma era e inicia outra, com melhoria na qualidade do som e na capacidade de alcançar novos ouvintes.
Com a concessão já quitada, a expectativa é que a mudança aconteça até o final do ano, dependendo apenas da finalização dos trâmites junto ao Ministério das Comunicações e à Anatel. Na visão da secretária, essa transição é um marco na modernização da emissora e reafirma seu papel essencial na cultura e comunicação do estado.
Papel Cultural e Histórico
O governador do Acre, Gladson Camelí, também destacou a relevância da Difusora como patrimônio cultural e histórico, ressaltando que a rádio não é apenas uma fonte de informação, mas um elo que une o poder público à população. Segundo Camelí, a emissora tem uma importância social e histórica inestimável, especialmente considerando que começou suas transmissões em um Acre que ainda era território. “A rádio se tornou um pilar da comunicação local, resistindo a desafios ao longo do caminho”, explicou.
Para Camelí, revitalizar a sede da rádio e apoiar sua migração para FM é um investimento crucial na transparência e no fortalecimento da democracia. “A comunicação pública é fundamental para garantir que todos tenham voz e que a sociedade esteja informada”, concluiu.
Um Patrimônio Vivo da Comunidade
Jefson Dourado, coordenador de Jornalismo das rádios públicas, expressou orgulho ao comemorar os 81 anos da Difusora, que tem sido um ativo vital na história do Acre. Ele enfatizou que a emissora é um canal de credibilidade e compromisso com a verdade e a pluralidade de vozes. “A Difusora sempre esteve ao lado da comunidade, ouvindo suas dores e alegrias”, comentou.
O sucesso da rádio, segundo Dourado, é resultado do trabalho incansável de sua equipe, que persevera para manter a emissora viva. “Nada disso seria possível sem o empenho de cada radialista e jornalista que coloca sua alma no que faz”, afirmou.
Visitação ao Museu da Difusora
Durante o mês de agosto, o Museu da Difusora estará aberto ao público, oferecendo uma oportunidade única para conhecer mais sobre a rica trajetória da emissora. Com um acervo que inclui objetos históricos e documentos, o museu promete ser um espaço de educação e reflexão sobre a comunicação no estado. As visitas estão programadas para ocorrer de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h.
Presença na Expoacre
A Difusora também tem uma longa história com a Expoacre, um evento emblemático que acontece anualmente no estado desde sua primeira edição em 1975. Ao longo das décadas, a rádio se firmou como a voz oficial da feira, proporcionando cobertura para aqueles que não podiam estar presentes. Zezinho Melo e Nilda Dantas, duas vozes icônicas da emissora, recordam com carinho as experiências vividas durante a Expoacre, momentos que moldaram suas carreiras e a história da rádio.
Com um legado que se estende por gerações, a Rádio Difusora Acreana continua a ser um importante agente de comunicação, conectando o passado ao futuro e mantendo viva a memória e a cultura do povo acreano.