Impactos das queimadas na Saúde e Qualidade do Ar
As queimadas estão se intensificando no Acre, refletindo uma realidade preocupante que já afeta a saúde e a rotina dos cidadãos. Na manhã desta sexta-feira, 25, a cidade de Rio Branco foi classificada como a segunda mais poluída do Brasil, de acordo com a plataforma suíça IQAir, que monitora em tempo real a qualidade do ar em várias partes do mundo.
O índice de partículas inaláveis (PM2,5) registrado foi de 13,1 microgramas por metro cúbico (µg/m³), um nível que supera em 2,6 vezes o limite anual recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa classificação, embora considerada “moderada”, traz à tona uma série de riscos à saúde da população.
A categoria “qualidade moderada do ar” segundo a IQAir implica que, embora não haja uma proibição explícita para a atividade ao ar livre, grupos vulneráveis, tais como crianças, idosos e indivíduos com problemas respiratórios, já se encontram em situação de risco. Com a expectativa de que os focos de calor continuem a se multiplicar, a preocupação com a qualidade do ar e a saúde pública tende a se intensificar.
Julho de queimadas em Ascensão
O mês de julho deste ano apresenta um padrão de aumento significativo nas queimadas. Embora o estado tenha reportado uma redução de 59% nos focos de incêndio entre janeiro e julho em comparação ao ano passado, os dados referentes a julho de 2025 revelam um cenário alarmante.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram registrados impressionantes 127 focos de incêndio nos primeiros 24 dias de julho, representando mais da metade dos 199 focos detectados em todo o ano. Para contextualizar, em junho, apenas 21 focos foram contabilizados, o que demonstra um aumento alarmante superior a 500% entre os dois meses.
Condições Ambientais Severas
A crise das queimadas é intensificada por um cenário de seca severa e temperaturas elevadas. Hoje, o nível do Rio Acre alcançou a marca de apenas 1,57 metro, o ponto mais baixo registrado até agora em 2025. A Defesa Civil de Rio Branco informa que já se passaram 38 dias sem chuvas significativas, o que pode afetar seriamente a disponibilidade de água na região.
Na quinta-feira, 24, Rio Branco registrou a maior temperatura do ano até o momento: 36,1°C, acompanhada de apenas 20% de umidade relativa do ar, colocando a cidade em estado de alerta, conforme os critérios estabelecidos pela OMS.
Essas condições climáticas adversas não apenas favorecem a propagação do fogo, mas também agravam os problemas de saúde enfrentados pela população. O clima seco e quente pode provocar uma série de problemas, incluindo irritações nos olhos, ressecamento da pele, dificuldades respiratórias e até sangramentos nasais, além de agravar condições de saúde já existentes.