Mobilização por transporte público de Qualidade
Na manhã desta quarta-feira, 17, estudantes da Universidade Federal do Acre (Ufac), organizados pelo Movimento Sem Parar, ocuparam a galeria da Câmara de Vereadores de Rio Branco. O grupo exigiu mudanças urgentes no transporte coletivo da capital, apresentando cartazes e gritando frases como “a nossa luta unificou, é estudante junto com trabalhador” e “nas ruas, nas praças, quem disse que sumiu? Aqui está presente o movimento estudantil”. Os manifestantes levantaram questões sobre o deterioração da frota de ônibus e a falta de políticas efetivas de mobilidade urbana.
A principal reclamação do movimento gira em torno da escassez de ônibus disponíveis para atender a comunidade acadêmica, especialmente durante os períodos de aula noturnos. Cristina dos Santos, que ocupa a presidência do Centro Acadêmico de Pedagogia, enfatizou que os ônibus frequentemente sofrem atrasos, apresentam problemas mecânicos e, em muitas ocasiões, não aparecem. “Isso impede que a gente chegue à universidade. Quem sai do trabalho e vai direto pra aula não consegue estudar. É um direito que está sendo negado,” declarou.
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De acordo com Cristina, a empresa responsável pelas linhas que atendem à Ufac não consegue atender à demanda e falha em garantir a segurança dos estudantes. “Temos três linhas, mas nenhuma resolve. Às vezes o ônibus das 22h45 nem passa, e as meninas ficam esperando sozinhas, correndo perigo,” relatou.
Precariedade e Falta de Resposta do DCE
Raissa Tojal, vice-presidente do Centro Acadêmico de Licenciatura em História, também se juntou às críticas sobre as condições da frota. Ela argumentou que o serviço prestado não justifica o custo da passagem. “Os ônibus estão velhos, mal cuidados, e a gente se sente abandonada. Precisamos de transporte acessível e com qualidade,” defendeu.
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Além das reclamações direcionadas ao poder público, o Movimento Sem Parar não poupou críticas ao Diretório Central dos estudantes (DCE). Leonardo Maia, ativista do grupo, expressou sua insatisfação com a aparente desatenção da entidade em relação às demandas estudantis, afirmando que o DCE atua em consonância com a base do prefeito. “O DCE silencia as demandas dos alunos. Teve uma reunião com a RBTrans e disseram que o serviço é ruim porque a tarifa é barata. Isso não faz sentido. Se o subsídio precisa aumentar, que aumente, mas o transporte tem que funcionar,” disse.
Leonardo também questionou a transparência do DCE, que, segundo ele, afirmou ter enviado um documento à Câmara, mas sem confirmação de recebimento. “Por isso a gente se organiza por conta própria, conversa com os colegas e vem pra rua lutar. O movimento estudantil não pode ser só para foto em rede social,” concluiu.
Expectativas em Relação ao Subsídio do Transporte
Tendo em vista o acordo feito na semana anterior, o projeto de subsídio ao transporte público está agendado para votação nesta quinta-feira, 18. Informações obtidas nos bastidores indicam que o texto está atualmente na Procuradoria Legislativa e ainda não foi discutido nas comissões da Casa. A pressão dos estudantes é um reflexo das crescentes insatisfações com a situação do transporte coletivo e a busca por melhorias urgentes para garantir a segurança e a acessibilidade dos usuários.