Crescimento da Produção Florestal no Acre
A produção florestal do Acre atingiu a marca de R$ 115,2 milhões em 2024, conforme revelam os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este desempenho reafirma a posição do setor como um dos pilares econômicos do estado, com Brasiléia à frente do ranking municipal, somando R$ 39,3 milhões. Logo atrás estão Rio Branco, com R$ 33,3 milhões, e Tarauacá, que contribuiu com R$ 21,2 milhões.
Os principais produtos da produção florestal no Acre incluem açaí, castanha-do-brasil, borracha, carvão vegetal, lenha e madeira em tora. Os números locais acompanham uma tendência crescente em nível nacional, onde a produção florestal no Brasil atingiu o recorde de R$ 44,3 bilhões, representando um aumento de 16,7% em relação ao ano anterior e o maior valor da série histórica.
Silvicultura em Destaque
Por 27 anos consecutivos, a silvicultura, prática que envolve o cultivo de florestas, manteve-se na liderança em relação ao extrativismo vegetal no Brasil, alcançando R$ 37,2 bilhões, uma alta de 17,4%. O extrativismo, por sua vez, também apresentou crescimento, com um total de R$ 7,0 bilhões, um aumento de 13%. Segundo Carlos Alfredo Guedes, gerente de Agricultura do IBGE, o setor florestal cresceu impressionantes 140% entre 2019 e 2024, impulsionado por fatores como o aumento dos preços da celulose e inovações tecnológicas. “Esse cenário incentiva os produtores a investirem em tecnologia e a expandirem suas áreas plantadas”, declarou Guedes.
No Acre, a sinergia entre o extrativismo tradicional e o manejo florestal tem sido crucial para sustentar a cadeia produtiva. Os municípios do interior, em particular, estão se destacando, refletindo a vocação natural do estado e seu potencial para uma expansão ordenada do setor.
Desafios e Oportunidades no Setor Florestal
Apesar desse crescimento expressivo, o setor florestal enfrenta desafios, como a necessidade de regulamentação e controle ambiental. Em um cenário recente, dados do primeiro semestre de 2025 indicam que órgãos federais, como o Ibama e o ICMBio, emitiram 379 autos de infração e embargaram mais de 23 mil hectares de áreas irregulares no estado. As multas aplicadas ultrapassaram R$ 60 milhões, evidenciando a intensificação das operações de combate a crimes ambientais na região.
O Ibama, em particular, foi responsável por 232 autuações, totalizando R$ 45,12 milhões em multas e a interdição de áreas equivalentes a mais de 18 mil campos de futebol. Ao mesmo tempo, o ICMBio aplicou R$ 15,79 milhões em multas a partir de 147 infrações, com 88 áreas embargadas, somando 4,53 mil hectares interditados.
Compromisso com a Sustentabilidade
Esses dados destacam a prioridade do governo federal na luta contra o desmatamento ilegal e outras práticas prejudiciais ao meio ambiente na Amazônia acreana. As operações têm sido mais concentradas em regiões que apresentam maior pressão sobre florestas públicas e terras protegidas. A expectativa, no entanto, é que, com o investimento em práticas sustentáveis, o setor pleneje um crescimento equilibrado, alinhando produção e conservação ambiental.