Marina Silva no PSOL: Uma Nova Etapa na Política Brasileira
BRASÍLIA – O PSOL está se movimentando para incluir a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em seu quadro de filiados. A situação se torna mais complexa, pois Marina está prestes a se desligar da Rede Sustentabilidade após um desentendimento com a deputada federal Heloísa Helena (RJ). O partido busca a filiação da ministra para que ela dispute o Senado por São Paulo, embora nomes como o dela também estejam sendo considerados pelo PT e pelo PSB.
Marina tem um histórico de filiações: já foi senadora pelo PT, representando o Acre e atuou como ministra do Meio Ambiente durante os dois mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Sua trajetória no PSB também é notável, tendo disputado a presidência em 2014, quando ainda buscava registrar a Rede Sustentabilidade, em parceria com Heloísa Helena.
No PSOL, um dos principais responsáveis pela aproximação com Marina é o recém-nomeado ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos. Ele, ao lado de Juliano Medeiros, ex-presidente do PSOL, está trabalhando para convencer a ministra a se juntar ao partido, que já se destaca por sua atuação política. A possível filiação de Marina integra uma estratégia do PSOL para ganhar maior visibilidade no cenário nacional.
Como noticiado pelo Estadão/Broadcast, o PSOL planeja lançar candidatos conhecidos, como a ex-deputada federal Manuela d’Ávila (RS) e a deputada Luizianne Lins (CE), para concorrer ao Senado. Em Pernambuco, a sigla pretende lançar o comunicador Jones Manoel, que possui uma expressiva base de seguidores nas redes sociais, com cerca de 2,5 milhões de pessoas acompanhando seu trabalho.
Contudo, com a campanha eleitoral se aproximando em São Paulo, a indefinição sobre quem será o candidato ao Senado está dificultando a movimentação da ministra. Após 16 anos fora do Senado, Marina Silva aguarda uma definição da base do governo Lula sobre os candidatos do campo progressista para a disputa eleitoral em São Paulo.
Entre os cotados para a corrida ao Senado, além de Marina, estão o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Comércio e Indústria, Geraldo Alckmin (PSB), e a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB). A possibilidade de Tebet mudar seu domicílio eleitoral do Mato Grosso do Sul para São Paulo também é uma variável a ser considerada.
Uma pesquisa do instituto Real Time Big Data, divulgada em 2 de dezembro, revela que, em um cenário onde Marina Silva disputa ao lado de Haddad, contra o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PP), o vice-prefeito de São Paulo, Coronel Mello Araújo (PL), e o deputado federal Ricardo Salles (Novo), a ministra aparece em terceiro lugar. No entanto, ela empata com Derrite, que lidera por uma margem mínima, e Mello Araújo e Salles estão logo atrás.
De acordo com os dados da pesquisa, Haddad aparece com 19%, empatado com Derrite, que tem 18%. Marina possui 12%, enquanto Mello Araújo e Salles registram 11% cada um. A amostra foi realizada com 1.500 pessoas entre os dias 29 de novembro e 1º de dezembro, apresentando uma margem de erro de três pontos percentuais e um índice de confiabilidade de 95%.
Em abril deste ano, Marina enfrentou um revés ao ser derrotada na eleição interna da Rede, que elegeu Paulo Lamac como o novo porta-voz do partido. Apesar dos esforços da ala de Marina para judicializar o processo eleitoral, uma decisão liminar foi derrubada poucas horas antes da votação, encerrando de forma abrupta a disputa.
