Análise Detalhada do Crime e Suas Implicações
Em uma declaração publicada em 23 de dezembro de 2025, a Procuradora de Justiça Patrícia de Amorim Rêgo abordou com grande seriedade a polêmica em torno da morte de Moisés Alencastro. A informação divulgada pela mídia sugere a possibilidade de que o crime tenha sido um latrocínio, mas detalhes sobre a cena do crime levantam sérias dúvidas sobre essa hipótese. As lesões na vítima, incluindo múltiplas perfurações por arma branca e indícios de uma tentativa de degolamento, não parecem se alinhar com a dinâmica comum de roubos que resultam em homicídio. Essa brutalidade sugere uma violência cruenta e desnecessária em relação ao simples roubo de bens materiais.
O padrão de agressão observado neste caso é frequentemente associado a um desprezo pela vida da vítima, indicando uma motivação mais profunda, que pode se relacionar a crimes de ódio. Esse fenômeno é alarmantemente frequente em diversas situações, como em casos de feminicídio ou em assassinatos de indivíduos LGBTQIA+. A morte de Moisés Alencastro, um servidor público comprometido com a luta contra todas as formas de discriminação e violência, ressalta a urgência de se discutir o contexto de homofobia que permeia a sociedade.
Alencastro não era um nome qualquer; ele atuava no Ministério Público do Estado do Acre, no Centro de Atendimento à Vítima, defendendo a dignidade humana e a responsabilização penal de agressores. Sua trágica morte não deve ser encarada como apenas mais um ato de violência. Superficializar o evento seria ignorar a dura realidade da discriminação que ainda existe em nossa sociedade. A necessidade de construir um ambiente mais tolerante e livre de preconceitos se torna ainda mais evidente diante de tais tragédias.
A Procuradora expressou sua esperança de que a investigação seja conduzida com rigor e precisão, levando à correta qualificação do crime e à responsabilização dos culpados, para que a morte de Alencastro não fique impune. O compromisso dele com a justiça foi uma constante em sua vida profissional e sua perda deve servir como um catalisador para a mudança.
Além disso, Patrícia Rêgo manifestou plena confiança no trabalho da Polícia Civil, que desde o início tem se dedicado intensamente à elucidação do caso. A determinação e a eficiência da instituição são fundamentais para fornecer à sociedade uma resposta à altura da gravidade do ocorrido.
Em especial, o delegado Alcino Ferreira Júnior, coordenador da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), recebeu elogios pelo seu trabalho diligente e eficaz na investigação. O compromisso dele com a verdade e a justiça é um ponto crucial para a confiança da população nas forças policiais.
Por fim, a declaração de Patrícia de Amorim Rêgo não é apenas um chamado à ação, mas também uma reflexão sobre a nossa sociedade. A luta contra a homofobia, o preconceito e a violência é contínua, e o caso de Moisés Alencastro deve nos lembrar da importância de defendermos a dignidade e os direitos de todos.
