Suspensão do Júri e o Pedido de Desaforamento
O julgamento de Djavanderson de Oliveira de Araújo, indiciado pela morte da jovem acreana Juliana Valdivino da Silva, de apenas 18 anos, sofreu uma interrupção inesperada nesta sexta-feira, 11. A decisão foi tomada pelo Tribunal de justiça do Mato Grosso e teve como base um pedido de desaforamento apresentado pela defesa do réu. Essa solicitação visa transferir o caso para outra comarca, dado o impacto social que o crime causou na cidade mato-grossense de Paranatinga, onde a tragédia ocorreu.
O desaforamento é um mecanismo legal utilizado para garantir que um julgamento de violência dolosa, como homicídio ou feminicídio, seja conduzido em um local onde se possa assegurar a imparcialidade dos jurados. Segundo a advogada da família de Juliana, Elenira Mendes, a defesa argumenta que a comoção social gerada pelo crime pode prejudicar a objetividade do júri. “Recebemos a notícia da suspensão na noite dessa quinta-feira, 10. O clamor social que se espalhou tanto no Acre quanto em Paranatinga foi considerado o principal motivo para essa decisão”, destacou.
O Impacto da Tragédia na Família
A morte brutal de Juliana, que teve 90% do corpo queimado dentro da residência do ex-namorado, chocou a comunidade local. Investigações indicam que Djavanderson, antes de cometer o crime, adquiriu álcool em um posto de combustíveis e manipulou a jovem para que ela o acompanhasse até sua casa. Após ser internada em estado crítico em Cuiabá, Juliana não sobreviveu aos ferimentos, falecendo 15 dias após o ataque.
Rosicléia Magalhães, mãe da vítima, expressou sua angústia em relação à suspensão do julgamento, ao mesmo tempo que mantém a esperança de que a justiça seja feita. “Estamos aflitos. Como mãe, a dor é incessante desde o primeiro momento da tragédia. Foi um crime hediondo. Espero que ele receba a pena máxima”, desabafou.
Expectativa e Medo diante do Julgamento
Por questões de segurança, Rosicléia foi aconselhada a acompanhar o julgamento por videoconferência a partir de Rio Branco, uma vez que a família do acusado possui laços próximos com a região onde o júri estava programado. “Ele tirou o direito da minha filha de viver e realizar seus sonhos. Não merece ter o dele. No entanto, ser condenado já representaria um passo em direção à justiça. Até aqui, tenho sentido a ajuda de Deus, e Ele está ao meu lado”, afirmou, emocionada.