O inverno no acre inicia oficialmente nesta sexta-feira, 20 de junho, às 21h42 (horário de rio branco), trazendo consigo as características marcantes da estação mais fria e seca do ano. De acordo com o meteorologista Davi Friale, a população pode se preparar para uma variedade de fenômenos climáticos típicos, como a chegada de ar polar, dias ensolarados com umidade muito baixa e noites amenas, que prometem um céu repleto de estrelas nos próximos meses.
O inverno acreano, que se estende até 22 de setembro, é amplamente reconhecido pelas friagens, que são ondas de ar frio originárias das regiões polares e que provocam quedas bruscas nas temperaturas. Durante essas ocorrências, são registradas as mínimas do ano, oferecendo uma experiência climática única para os habitantes. O fenômeno do solstício de inverno, que ocorre quando o Sol se posiciona diretamente sobre o Trópico de Câncer, marca o início do inverno e é responsável pelo dia mais curto e pela noite mais longa do ano.
Segundo Friale, nesta sexta-feira, as sombras projetadas pelas árvores e edificações ao meio-dia terão suas maiores extensões do ano, apontando para a direção sul. Isso representa um aspecto fascinante do inverno, onde a luz solar se torna um recurso precioso e sua trajetória no céu muda visivelmente.
Ao longo dos invernos passados, o acre tem registrado temperaturas mínimas significativas. O recorde de frio no estado foi de 6,0°C, registrado em rio branco em 19 de julho de 1975, e 5,0°C em Epitaciolândia na década de 2010. Tarauacá também se destaca com uma mínima histórica de 8,0°C. O mês de julho é geralmente o mais frio, com médias diárias que variam entre 16°C e 19°C, tanto na capital quanto nas áreas ao redor do vale do rio acre.
Outra característica marcante do inverno no acre é a escassez de chuvas. Este período é conhecido por ser o menos chuvoso do ano, com a média histórica de precipitações em julho em rio branco sendo de apenas 28,2 milímetros, o que se traduz em cerca de três dias de chuvas significativas durante todo o mês. Em cruzeiro do sul, a média de chuvas é um pouco superior, atingindo 59,1 milímetros. Em comparação, o mês de janeiro, que é o mais chuvoso na capital, registra impressionantes 298 milímetros de chuva, representando quase dez vezes o volume esperado para julho.
As previsões para o inverno de 2025 indicam que o comportamento climático deve seguir a normalidade, segundo as análises atmosféricas e oceânicas. Friale aponta que as chuvas devem ocorrer dentro ou ligeiramente acima da média para a maior parte do estado, sugerindo que, embora a seca esteja presente, não será excessiva. As temperaturas devem permanecer dentro ou levemente abaixo dos padrões históricos, com a expectativa de várias incursões de ar polar ao longo da estação. Ao menos uma dessas massas de ar frio é esperada para ser de forte intensidade, com registros que podem cair abaixo dos 12°C em algumas regiões.
O inverno no acre, portanto, não é apenas uma mudança de temperatura, mas um fenômeno repleto de características que influenciam a vida diária, a agricultura e até mesmo a cultura local. A combinação de baixas temperaturas, céu limpo e baixa umidade cria um cenário que encanta e desafia os moradores da região. É um período que convida à reflexão sobre as belezas naturais e as particularidades climáticas que tornam o acre um lugar único durante os meses mais frios do ano.