Iniciativas de Leitura em Destaque
No cenário da democratização da leitura no Brasil, as entidades culturais AbraPalavra e Instituto Incluir se destacam como referências, tendo sido reconhecidas como Pontos de Cultura e Escolas Livres de arte e cultura pelo Ministério da Cultura (MinC). Ambas estão entre os finalistas do Prêmio Jabuti 2025, concorrendo na categoria Fomento à Leitura com projetos inovadores: “AbraPalavra: quando a literatura se encontra com o cotidiano” e “Literatura Acessível – 10 anos”.
A presença dessas instituições na mais prestigiada premiação de literatura do país sublinha a importância da Política Nacional de Cultura Viva (PNCV) e das Escolas Livres no que tange a democratizar o acesso à cultura. Elas têm desempenhado um papel vital na promoção de práticas que integram arte, educação e cidadania, fortalecendo laços com comunidades locais e incentivando um novo relacionamento com a literatura e a palavra.
“Ser finalista do Prêmio Jabuti é um reconhecimento simbólico e histórico. Nosso trabalho é fundamentado na convicção de que a literatura deve ser um vínculo, um ato de afeto, uma prática cotidiana, uma política cultural e um futuro compartilhado. Essa conquista é de toda a rede Cultura Viva, das Escolas Livres e de todos que acreditam no poder transformador da palavra”, expressou Aline Cântia, fundadora e presidente do Instituto Incluir.
Uma Parceria Que Fortalece a Cultura Viva
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Desde 2024, o AbraPalavra tem estabelecido uma parceria com o Ministério da Cultura com o intuito de articular e fortalecer as iniciativas da Cultura Viva na área de Livro, Leitura e Literatura. Essa parceria integra uma rede de 42 Pontões de Cultura escolhidos no Edital nº 09/2023, e entre os principais projetos realizados estão o mapeamento da rede e a formação de Agentes Cultura Viva, jovens entre 18 e 24 anos, capacitados em mediação de leitura e escrita literária.
Além disso, foram criados conteúdos e eventos que aproximam a literatura do cotidiano, promovendo acesso e valorização da bibliodiversidade brasileira. “O Pontão de Cultura AbraPalavra desempenha um papel estratégico na Política Nacional de Cultura Viva, articulando, por meio da leitura e da contação de histórias, uma série de experiências comunitárias que reafirmam o direito à expressão e à imaginação”, destacou João Pontes, diretor da Política Nacional de Cultura Viva.
Atividades Acessíveis e Inclusivas
Como uma Escola Livre, o AbraPalavra tornou-se um verdadeiro hub cultural, realizando cerca de 100 atividades gratuitas e acessíveis, abrangendo desde rodas de conversa e lançamentos de livros até cursos de formação e saraus. Um dos destaques é a Candeia – 8° Mostra Internacional de Narração Artística e a criação da primeira escola dedicada à narração artística, um conceito introduzido por Aline Cântia que transforma a contação de histórias em uma linguagem artística e um campo de conhecimento.
As ações da AbraPalavra impactaram todas as cinco regiões do Brasil, alcançando pontos de cultura, bibliotecas, escolas, museus e teatros. Atualmente, existem 68 Escolas Livres operando no país, cada uma contribuindo para a diversidade na troca de saberes e experiências comunitárias. Mariangela Andrade, diretora de Educação e Formação Artística da Sefli, enfatiza a força dessas entidades na promoção de práticas inclusivas e diversas que contemplam variados públicos, incluindo comunidades indígenas, quilombolas e periféricas.
Promovendo a Acessibilidade na Literatura
Por sua vez, o Instituto Incluir, situado no Rio de Janeiro, também é um Ponto de Cultura e atua em várias partes do Brasil. Seu projeto finalista, “Literatura Acessível”, visa garantir o direito à leitura para crianças e jovens, com ou sem deficiência, especialmente em áreas carentes de oferta cultural. A proposta inclui a distribuição gratuita de livros infantojuvenis que apresentam acessibilidade, como braile, fontes ampliadas, pictogramas e audiodescrição, além de oficinas inclusivas e eventos de contação de histórias.
No último ano, o Literatura Acessível alcançou diretamente cerca de 10 mil crianças e jovens em 22 municípios, reafirmando a missão do Instituto Incluir de promover uma sociedade mais justa e humana, combatendo a exclusão e garantindo igualdade de oportunidades.
Para Carina Alves, fundadora e presidente do Instituto Incluir, o reconhecimento alcançado pelo projeto simboliza mais do que um prêmio. “Representa a valorização de uma trajetória dedicada à democratização da leitura e à construção de uma cultura verdadeiramente inclusiva. Quando tornamos a palavra acessível, abrimos caminhos para uma sociedade mais consciente, crítica e plural”, disse ela.
O Prêmio Jabuti 2025
A premiação, promovida pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), chega à sua 67ª edição e reconhece autores, editoras e iniciativas que fortalecem a literatura no Brasil. O resultado final será anunciado no dia 27 de outubro, durante uma cerimônia no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.