Acesso e Inclusão em Eventos Públicos
Na noite de segunda-feira, 28 de agosto, um incidente durante o show da renomada dupla sertaneja Zezé Di Camargo e Luciano, que se apresentou na Expoacre 2025, gerou um clamor significativo nas redes sociais. Entidades que defendem os direitos das pessoas com deficiência publicaram uma nota de repúdio após tradutores e intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras), previamente contratados pelo Governo do Estado do Acre, serem impedidos de exercer suas funções durante a apresentação. O evento, financiado com recursos públicos, se comprometeu a garantir acessibilidade, tornando o episódio ainda mais alarmante.
A nota divulgada pelo Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Conede/AC) ressalta a gravidade do ocorrido, afirmando que a proibição dos intérpretes é uma violação severa dos direitos fundamentais das pessoas com deficiência. “Repudiamos qualquer tipo de negação de direito à acessibilidade”, enfatiza o comunicado, que também destaca a imprescindibilidade da presença de intérpretes para a participação ativa das pessoas surdas em eventos culturais.
Compromisso com a Acessibilidade
O Governo do Estado do Acre havia se comprometido publicamente a promover acessibilidade ao longo da Expoacre 2025, e a inclusão de intérpretes de Libras era um dos pontos centrais desse compromisso. O episódio gerou questionamentos sobre a efetividade dessas promessas e sobre o valor real da acessibilidade em eventos que deveriam ser inclusivos.
É relevante lembrar que esta não é a primeira vez que a dupla enfrenta controvérsias relacionadas à inclusão. Em 2019, Zezé Di Camargo e Luciano foram acusados de violar a Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015) após impedir a atuação de uma intérprete de Libras em um show em Imperatriz, no Maranhão, também com apoio do governo local. A repercussão na época foi ampla e levantou discussões sobre a responsabilidade de artistas e organizadores de eventos em garantir a acessibilidade.
A Importância da Acessibilidade Cultural
A acessibilidade em eventos culturais é uma questão crucial. Especialistas em inclusão social argumentam que a presença de intérpretes de Libras não apenas permite a participação de pessoas surdas, mas também enriquece a experiência cultural para todos os presentes. “Quando pessoas surdas podem acessar a cultura e a informação, todos se beneficiam”, afirma um especialista que preferiu não se identificar.
As entidades de defesa dos direitos das pessoas com deficiência seguirão pressionando por medidas concretas que garantam o cumprimento das leis de inclusão e acessibilidade em eventos públicos. A expectativa é que o ocorrido na Expoacre 2025 sirva como um alerta para a importância de respeitar e promover os direitos de todas as pessoas, independentemente de suas necessidades especiais.