Ações Rigorosas pelo Meio Ambiente
Nos primeiros seis meses de 2025, o Ibama e o ICMBio aplicaram, em conjunto, mais de R$ 60 milhões em multas e embargaram 525 propriedades no Acre, segundo dados divulgados pela plataforma Comunica do governo federal. Esse cenário evidencia um aumento significativo nas operações de combate a crimes ambientais no estado.
O Ibama, responsável por 232 autuações, totalizou R$ 45,12 milhões em multas, além de interditar 18,56 mil hectares de áreas irregulares – o que equivale a mais de 18 mil campos de futebol. Durante esse período, foram realizados 205 embargos ambientais.
Por outro lado, o ICMBio, que tem um foco especial em unidades de conservação federais, aplicou R$ 15,79 milhões em multas a partir de 147 infrações, resultando em 88 áreas embargadas e 4,53 mil hectares interditados. Esses números refletem o empenho do governo federal em combater práticas ilegais, como o desmatamento e a grilagem, que ameaçam as florestas públicas e os territórios protegidos na Amazônia do Acre.
Impacto das Ações em Propriedades Locais
Além das multas aplicadas, a interdição de 525 propriedades nos últimos seis meses sinaliza um compromisso com a preservação ambiental, especialmente em áreas de intensa pressão sobre os recursos naturais. As operações têm sido intensificadas em regiões críticas, onde o risco de danos ambientais é elevado.
Os especialistas apontam que essas ações são essenciais para coibir a degradação ambiental e restaurar a integridade dos ecossistemas locais. Um agente ambiental, que preferiu não se identificar, comentou: “As multas e embargos são ferramentas necessárias para garantir a proteção das nossas florestas e biodiversidade.”
Contexto da Produção Florestal no Acre
Em um panorama mais amplo, dados do IBGE revelam que a produção florestal do Acre atingiu R$ 115,2 milhões em 2024, destacando o setor como um dos pilares da economia local. A cidade de Brasiléia lidera o ranking municipal com R$ 39,3 milhões, seguida por Rio Branco com R$ 33,3 milhões e Tarauacá com R$ 21,2 milhões.
Entre os produtos mais relevantes da produção florestal no Acre estão o açaí, a castanha-do-brasil, a borracha e a madeira. Este resultado também se alinha à tendência nacional, onde o Brasil atingiu R$ 44,3 bilhões em produção florestal, refletindo um crescimento de 16,7% em relação ao ano anterior.
Silvicultura e Extrativismo em Alta
Pelo 27º ano consecutivo, a silvicultura superou a extração vegetal no Brasil, alcançando R$ 37,2 bilhões, um aumento de 17,4%. Enquanto isso, o extrativismo cresceu 13,0%, totalizando R$ 7,0 bilhões. Carlos Alfredo Guedes, gerente de Agricultura do IBGE, destacou que o setor teve um crescimento de 140% entre 2019 e 2024, impulsionado por fatores como o aumento dos preços da celulose e inovações tecnológicas.
“Esse crescimento incentiva os agricultores a investir em tecnologia e na ampliação das áreas plantadas”, explicou Guedes. No Acre, a combinação entre extrativismo tradicional e manejo adequado das florestas contribui para a saúde da cadeia produtiva, com municípios do interior apresentando resultados robustos, refletindo a vocação natural da região.