Caso de Diagnóstico Incorporreto Levanta Questões sobre Atendimento na Saúde
Jéssica Araújo, de 30 anos, grávida de 30 semanas, fez uma grave denúncia contra a maternidade Moura Tapajós, localizada no bairro Compensa, zona oeste de Manaus. Ela relatou ter recebido um laudo de óbito fetal durante uma consulta por dores pélvicas na noite desta segunda-feira (8). O diagnóstico errôneo gerou uma série de desdobramentos e levantou a necessidade de uma reflexão mais profunda sobre a qualidade do atendimento médico prestado em instituições públicas de saúde.
O problema começou quando a médica que acompanhava Jéssica não conseguiu detectar os batimentos cardíacos do bebê, que se chamaria Jorge. A profissional, então, decidiu encaminhá-la para um exame de ultrassom. Durante o procedimento, foi informado à gestante que seu filho havia falecido. Jéssica, chocada e em estado de desespero, começou a gritar que sentia o bebê se mexer, mas a médica atribuiu essa sensação a “gases intestinais”.
Inicialmente, estava previsto que Jéssica passasse por um parto induzido. Contudo, após esperar horas por um leito disponível, ela tomou a decisão de buscar o Instituto da Mulher Dona Lindu, na zona centro-sul de Manaus. A mudança de maternidade se tornou crucial: um médico que a atendeu constatou que o bebê apresentava batimentos cardíacos, desmentindo completamente o laudo anterior.
Com a confirmação de que seu filho estava vivo, Jéssica voltou à maternidade Moura Tapajós para relatar a situação. Em um estado de revolta e emoção, ela enfatizou que buscará seus direitos por meio de uma reparação. “Vocês deram pra mim o laudo de óbito fetal. Vocês iam fazer a indução do meu parto. Só não fizeram porque não tinha leito e eu, por conta própria, fui em outra maternidade. Meu bebê tá normal, normal, vocês iam matar meu bebe!”, declarou a gestante, visivelmente abalada com a experiência.
A repercussão do caso levou Jéssica a compartilhar sua história nas redes sociais, buscando apoio e justiça por um erro que poderia ter custado a vida de seu filho. Seu relato gerou discussões sobre a importância de diagnósticos precisos e a urgência de mudanças no atendimento oferecido em maternidades públicas.
Em resposta ao ocorrido, a Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (Semsa) informou que foram tomadas medidas para apurar rigorosamente o caso, com o objetivo de esclarecer as causas que levaram à discrepância nos exames realizados. A secretaria também ressaltou que nenhuma intercorrência foi registrada durante o atendimento médico inicial.
A situação de Jéssica Araújo é um alerta para o sistema de saúde e a necessidade de um acompanhamento mais rigoroso nas maternidades. A garantia de um atendimento de qualidade é um direito de todas as gestantes, e a confiança depositada por elas na equipe médica deve ser respeitada e nunca colocada em risco. O caso segue em investigação, e a expectativa é que sejam tomadas as devidas providências para que episódios similares não voltem a acontecer.