Irregularidades em Hospital do Idoso do Acre
Uma inspeção realizada pelo Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC) no Hospital do Idoso, em Rio Branco, no dia 27 de junho, expôs uma série de problemas sérios na unidade. Entre as falhas identificadas estão a escassez de medicamentos essenciais, um déficit de profissionais e até extintores de incêndio que estão vencidos há seis anos. Essas questões levantaram preocupações sobre a segurança e o bem-estar dos pacientes atendidos na instituição.
A direção do hospital, que faz parte da Fundação Hospitalar Governador Flaviano Melo (Fundhacre), refutou as acusações, afirmando que todos os atendimentos estão sendo realizados normalmente e que o foco é a saúde dos pacientes. No entanto, o Sindmed-AC alerta para a realidade das condições enfrentadas pelos funcionários e pelos usuários do serviço.
Durante a vistoria, os representantes do sindicato notaram que a taxa de ocupação dos leitos está alta, complicando ainda mais a situação. “Atualmente, se dois pacientes apresentarem emergências ao mesmo tempo, um único profissional de plantão não conseguirá atender a ambos”, enfatizou Suellen Carlos, diretora do sindicato.
Falta de Medicamentos e Problemas Estruturais
Além da ausência de medicamentos como antibióticos, anti-inflamatórios e antipsicóticos, o fornecimento de morfina também é problemático. Os profissionais de saúde ainda relataram deficiências na infraestrutura do hospital, como infiltrações nas paredes e extintores que não passaram por manutenção desde 2019.
Segundo o sindicato, a situação dos leitos é preocupante. Durante a fiscalização, todos estavam ocupados, evidenciando que a demanda supera a capacidade da unidade. Infelizmente, isso significa que o hospital não possui uma ala destinada a cuidados paliativos e convivência, crucial para atender adequadamente os idosos que necessitam desse tipo de suporte.
“A falta de instrumentos para a administração de medicações intravenosas e de um aparelho de ultrassonografia é extremamente alarmante”, destacou um dos profissionais que preferiu permanecer anônimo. A situação preocupa não apenas os médicos, mas também os familiares dos pacientes que dependem do hospital para cuidados essenciais.
Resposta da Direção da Fundhacre
Em nota enviada à Rede Amazônica Acre, a presidente da Fundhacre, Soron Steiner, negou todas as alegações do Sindmed-AC. Segundo o comunicado, a unidade não enfrenta falta de medicamentos ou instrumentos, e os extintores foram trocados no último mês. A direção também afirmou que está implementando reparos estruturais e que a unidade agora conta com uma sala de reabilitação e atendimentos ambulatoriais organizados.
“A Fundhacre enfatiza que está comprometida com o bem-estar de seus pacientes e servidores e que realiza um monitoramento diário da ocupação de leitos e da qualidade do atendimento”, completou a presidente.
Além disso, a direção do hospital assegurou que existe um contrato ativo para a manutenção de equipamentos de combate a incêndio, o que garante a segurança das instalações e dos pacientes.
Compromisso com a Transparência
A Fundhacre reafirmou seu compromisso com a transparência e a melhoria contínua dos serviços prestados à população. A situação do Hospital do Idoso, no entanto, continua a gerar debate, especialmente considerando a vulnerabilidade da população idosa e a necessidade urgente de cuidados adequados nessa etapa da vida.
A discussão sobre as condições do Hospital do Idoso do Acre ecoa um dilema mais amplo enfrentado pelos serviços de saúde em todo o país. A população aguarda ações efetivas para garantir que os idosos recebam a assistência digna que merecem.