Cuidado Redobrado: Perigos na Travessia da ponte Juscelino Kubitschek
Na última quinta-feira, dia 25, a dona de casa Antônia Oliveira observava atentamente as duas crianças que trazia da escola, posicionando-se cuidadosamente atrás delas. Seus olhos estavam fixos nos pequenos pés, que lutavam para manter o equilíbrio na estreita faixa de metal encharcada. Em silêncio, sem pressa, ela se manteve alerta, pronta para mitigar qualquer eventualidade. Nos dias de chuva, a travessia pela ponte Juscelino Kubitschek exige uma atenção redobrada.
O deck lateral da ponte, destinado a pedestres e ciclistas, está visivelmente deteriorado. As placas de madeira, que já foram um suporte seguro, agora estão apodrecidas, resultando na acumulação de lixo sob a estrutura. Além disso, a superfície, cada vez mais lisa e escorregadia devido ao sereno persistente, transforma esse caminho em uma verdadeira armadilha, conforme apontam os relatos de moradores locais.
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Moradores Relatam Insegurança Durante a Travessia
A diarista Maria Eliane Souza, residente na Cidade Nova, evita passar pela ponte com seu filho pequeno. “Sinto medo de escorregar. Quando estou com ele, prefiro dar a volta pelo Centro. Atravessar aqui é complicado”, desabafa. A também moradora da área, a aposentada Maria José Maia, é outra que expressa seu temor. “É extremamente perigoso. Alguém pode cair — uma criança, um idoso, qualquer um. Eu mesma fico receosa ao passar por lá”, comenta.
De acordo com o boletim da Defesa Civil de Rio Branco, nas últimas 24 horas, foram registrados apenas 3,8 milímetros de chuva. Às 5h17 da manhã, o nível do Rio Acre estava em 2,32 metros, bem abaixo da cota de alerta de 13,50 metros e da cota de transbordo de 14 metros. Apesar disso, o piso da ponte ficou suficientemente escorregadio, provocando apreensão entre os que dependem dela para seus deslocamentos diários.
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A ponte como Artéria Vital de Ligação
Essencial para a conexão entre o Centro e o Segundo Distrito, a condição de abandono da ponte, visível através do desgaste do deck e da falta de manutenção, afeta diretamente os moradores que a utilizam para ir ao trabalho, à escola ou simplesmente voltar para casa. As condições inseguras da estrutura não são uma mera inconveniência; elas apresentam riscos reais à vida e integridade dos usuários.
A equipe de reportagem fez contatos com a prefeitura de Rio Branco buscando informações sobre a possibilidade de reformas ou melhorias no local, mas até o fechamento desta matéria, não obteve retorno oficial. Enquanto isso, Antônia continua a seguir as crianças, passo a passo, como se estivesse monitorando um perigo iminente, aguardando por uma solução efetiva.
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