A Mostra que Celebra a Cultura Nordestina
No início de dezembro, o Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC-CE), localizado em Fortaleza, deu início à exposição intitulada “Bloco do Prazer”. Esta iniciativa realiza uma profunda investigação sobre a festa como uma força de criação estética, articulação comunitária e disputa simbólica no Brasil. Com acesso gratuito, a mostra estará disponível até maio de 2026, sendo promovida pelo Ministério da Cultura e pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), com o patrocínio da Petrobras.
A exposição conta com cerca de 250 obras que articulam diversos períodos, linguagens e perspectivas. Ao chegar no Ceará, o projeto destaca a vitalidade das tradições locais, celebrando os Tesouros Vivos da Cultura, maracatus, reisados e mestres da cultura popular. A rica cultura nordestina é exaltada através do trabalho de mais de 50 artistas da região, enquanto a forte presença da cultura negra e periférica é evidenciada em obras que exploram mais de dez técnicas, como pintura, fotografia, arte têxtil e criações híbridas. A mostra reflete a marcante presença das expressões afro-brasileiras e afro-indígenas, assim como celebrações religiosas e cortejos urbanos.
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Fonte: olhardanoticia.com.br
Diversidade de Gênero e Identidade em Foco
Um dos pilares centrais desta edição da exposição é a afirmação da diversidade de gênero e identidade. Entre as novas produções e obras comissionadas que abrangem o período de 2020 a 2025, destacam-se trabalhos que exploram corpo, som e rituais, com ênfase para a obra inédita “Cariri Delícia”, de Charles Lessa. A representatividade é intensa e inclui artistas cearenses como Bárbara Banida e Blecaute. Suas obras, como “A cisgeneridade é uma ruína” e “Brincadeira como forma de aquilombamento”, colocam em evidência debates sobre gênero e a vivência periférica, posicionando esses temas no centro das reflexões contemporâneas.
A secretária da Cultura do Ceará, Luisa Cela, ressalta a importância da exposição, afirmando que ela representa um acolhimento à celebração da festa como uma linguagem cultural e uma expressão de liberdade. Isso coloca o Ceará em destaque nas discussões sobre o contemporâneo no Brasil.
”É uma alegria acolher, no MAC, uma mostra que celebra a força da festa como linguagem cultural e expressão de liberdade, colocando o Ceará e o Nordeste no centro das reflexões sobre o contemporâneo no Brasil. A festa é, para nós, mais que uma celebração; é um modo de existir, criar e resistir”, afirmou Cela. Ela ainda destaca a importância de fortalecer uma política cultural que valoriza o território, os saberes populares e o protagonismo dos artistas do Ceará e do Nordeste.
