Reflexões sobre a Educação no Acre: A realidade de um aprendizado insuficiente
A situação educacional do Acre apresenta desafios alarmantes. De acordo com dados recentes, somente 3,9% dos alunos conseguem concluir seus estudos com um aprendizado adequado nas disciplinas de português e matemática. Essa realidade alarmante foi discutida em uma entrevista pela ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, que, em um contexto mais amplo, chamou a atenção para a necessidade de uma abordagem responsável e cuidadosa, inspirada em princípios bíblicos.
Durante a conversa com o professor Josué Alves, de São Paulo, Marina recorreu a textos sagrados, como passagens do Gênesis e Deuteronômio, para defender que a relação entre os seres humanos e a natureza deve ser pautada pela responsabilidade e respeito. “O domínio de Deus não é um domínio não amoroso ou não cuidadoso. É um domínio amoroso e cuidadoso”, enfatizou a ministra, enquanto criticava interpretações que justificam a exploração predatória dos recursos naturais.
Ela enfatizou que, conforme o Gênesis, a responsabilidade do homem é cultivar e guardar a terra, o que se traduz em cuidar e respeitar os recursos naturais. “Se você vai cultivar, cultive com cuidado, cultive com respeito”, destacou. Marina também trouxe à tona preceitos ambientais presentes na Bíblia, como a orientação em Deuteronômio para não retirar a ave do ninho com os filhotes e o mandamento que proíbe o corte de árvores nas conquistas de cidades, ressaltando a importância da Sustentabilidade e do equilíbrio ambiental.
Essas reflexões fazem parte de uma abordagem mais ampla que busca alinhar a agenda ambiental com fundamentos religiosos, reforçando a ideia de que a busca pela Sustentabilidade deve ser vista como um compromisso ético e espiritual. A ministra utiliza esses argumentos como um convite à reflexão, não apenas sobre a preservação ambiental, mas também sobre a qualidade da Educação nas escolas do estado.
No Acre, a realidade do sistema educacional é preocupante e exige uma atenção especial. Dados indicam que a falta de uma base sólida em português e matemática compromete o futuro de milhares de jovens, dificultando seu acesso a oportunidades profissionais e acadêmicas. A baixa performance reflete, em muitos casos, a falta de recursos, infraestrutura adequada e formação contínua para os educadores.
Pela importância desse tema, especialistas em Educação têm apontado a necessidade de políticas públicas robustas que priorizem a capacitação docente, investimentos em tecnologia educacional e a construção de um ambiente escolar mais acolhedor e propício ao aprendizado. O desafio é grande, mas é fundamental que todos os setores da sociedade, incluindo governo e comunidade, se unam para reverter esse quadro.
Além disso, iniciativas que busquem integrar práticas pedagógicas inovadoras e que considerem a realidade local podem ser determinantes para transformar a Educação no Acre. Programas que incentivem o aprendizado ativo, a leitura crítica e a resolução de problemas são essenciais para preparar os alunos para os desafios do século XXI.
O futuro da Educação no Acre está em jogo, e a responsabilidade de moldá-lo não recai apenas sobre os educadores, mas sobre toda a sociedade. É imprescindível que se busque não apenas um aumento no número de alunos que terminam a Educação básica, mas que se garanta que esses estudantes saiam das escolas com competências que realmente os preparem para a vida. Três vírgula nove por cento é um dado que clama por ação. E a hora de agir é agora.