O Que Significa o Dia Mundial do BDSM
Todo 24 de julho, o mundo celebra o Dia Mundial do BDSM, que, apesar de sua associação imediata ao sadomasoquismo, possui um significado que ultrapassa o ato sexual. O BDSM, que representa Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo, é um modo de viver que funde os conceitos de hierarquia e obediência em relacionamentos construídos sobre a confiança mútua.
Mais que Fetiche: Um Estilo de Vida
De acordo com Heitor Werneck, artista e especialista no assunto, a vivência do BDSM transcende imagens clichês como algemas e chicotes. Para aqueles que verdadeiramente se envolvem neste estilo de vida, o sadomasoquismo se revela como uma maneira de se conectar com outros indivíduos, fundamentada na liberdade responsável. A escolha do 24 de julho como data para essa celebração não é aleatória; ela remete a uma vivência que permeia a rotina de muitos praticantes, que adentram no universo do BDSM 24 horas por dia, 7 dias por semana. “Em uma sociedade que busca controlar nossos corpos e desejos, o BDSM ético se torna um grito de liberdade,” observa.
O Significado do 24/7 no BDSM
“Ser parte do BDSM 24/7 não significa estar em uma sessão constante, mas viver dentro de um acordo emocional e físico, onde os limites e regras do prazer são explicitados para todos os envolvidos”, esclarece Heitor. Ele é o criador do Projeto Luxúria, uma plataforma dedicada ao público fetichista há quase duas décadas. Para Werneck, quando duas pessoas se comprometem a viver o BDSM plenamente, elas estão constantemente reafirmando suas escolhas dentro de um pacto que envolve cuidado e respeito. “É um erotismo que vai além do físico; é um afeto que exige responsabilidade.” Segundo ele, a prática não se resume a sessões intermináveis, mas a um estilo de vida onde os códigos são negociados, permitindo um “teatro da vida” que é moldado pelas experiências de quem participa.
Princípios Éticos do BDSM
Um aspecto fundamental do BDSM ético é o respeito a princípios claros, que incluem os conceitos de SSC (São, Seguro e Consensual) e RACK (Risco Assumido com Consentimento). Heitor enfatiza que não há espaço para violência ou imposição, garantindo que qualquer prática deve ser precedida de diálogo e entendimento mútuo. “Sem conversa, palavra de segurança e cuidados contínuos, não existe BDSM. Qualquer ato sem consentimento é considerado abuso. Este ponto precisa estar muito claro para todos,” conclui.