O delegado Cristiano Bastos, responsável pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), está à frente das investigações sobre a trágica morte de juliana Chaar Marçal, de 36 anos. Em entrevista ao portal Amazônia Agora, realizada nesta segunda-feira (24), ele anunciou que todos os envolvidos no incidente serão convocados para prestar novos depoimentos. Bastos destacou que, se ficar comprovado que alguma pessoa mentiu em sua primeira declaração na Delegacia de Flagrantes (DEFLA), poderá ser indiciada pelo crime de falso testemunho.
juliana foi vítima de um atropelamento fatal na madrugada do último sábado (21), em frente a uma casa noturna em rio branco. No momento da tragédia, seu amigo, o advogado Keldheky Maia da Silva, disparou uma arma de fogo. Ele foi detido em flagrante por porte ilegal de arma, acessórios e munição, mas foi liberado após audiência de custódia no domingo (22).
🔍 **Contexto do Caso:**
Naquela madrugada fatídica, juliana e Keldheky estavam na frente de uma casa noturna na capital acreana quando um desentendimento eclodiu. Durante a confusão, Keldheky efetuou disparos com sua arma, e, em seguida, juliana foi atropelada, não resistindo aos ferimentos. A polícia civil está intensificando a investigação para esclarecer as circunstâncias que levaram ao atropelamento e ao uso de arma de fogo.
O delegado Cristiano Bastos enfatizou que a reconstituição dos eventos depende de uma apuração minuciosa dos depoimentos, bem como da análise detalhada de imagens e outras evidências coletadas. “Aqueles que prestarem informações falsas poderão ser responsabilizados por falso testemunho”, alertou Bastos, indicando a seriedade da situação.
No inquérito, o casal de advogados João Felipe de Oliveira Mariano e Bárbara Maués Freire, que estavam com juliana, afirmou não lembrar ou não ter presenciado os disparos feitos por Keldheky. Ambos estavam presentes tanto na casa noturna quanto na confusão do lado de fora. João Felipe declarou não se recordar de ter ouvido qualquer disparo de arma de fogo e afirmou não ter visto ninguém disparando. Por sua vez, Bárbara Maués também afirmou à polícia que não viu ninguém armado e não ouviu disparos. Keldheky Maia, por sua vez, decidiu permanecer em silêncio durante os depoimentos.
Entretanto, as imagens capturadas no local do crime após os depoimentos revelam que João Felipe, Bárbara e juliana estavam a poucos metros de Keldheky enquanto os disparos eram feitos, o que levanta dúvidas sobre a veracidade de suas declarações. A advogada Bárbara Maués Freire, que ocupa um papel de destaque como a primeira mulher a presidir o Tribunal de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Acre, e também como procuradora de Justiça Desportiva do Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol no Acre, comentou sobre sua falta de memória em relação aos eventos. Ela reafirmou que o que declarou em seu depoimento foi que não se lembrava do que ocorreu, enfatizando a dor e o trauma que está enfrentando após a perda de sua irmã. “Eu deixei isso bem claro no meu depoimento. Fui agredida e perdi minha irmã; é natural que eu não me lembre. Se você acha que deve fazer essa matéria tendenciosa para levantar suspeitas contra mim, que sou vítima, faça. Nada será pior do que a dor que já estou sentindo pela partida da minha irmã”, declarou a advogada.
A equipe de reportagem tentou contatar João Felipe, mas não obteve sucesso, pois seu telefone estava fora de serviço. Um recado foi enviado via whatsapp, e o veículo de comunicação permanece aberto para qualquer manifestação que ele deseje fazer.
É importante ressaltar que Keldheky Maia é sócio do presidente da OAB/AC, Rodrigo Aiache, em uma empresa de consultoria e assessoria jurídica, o que pode trazer uma camada adicional de complexidade ao caso. A situação continua a ser monitorada pelas autoridades, que buscam esclarecer todos os aspectos do incidente e garantir que a justiça seja feita. Com a continuidade das investigações, espera-se que novas informações possam surgir e ajudar a elucidar o que realmente aconteceu naquela noite trágica.