Conflito Político no Acre
Na manhã desta terça-feira, 16, o clima esquentou em um evento com o ministro Luiz Marinho, no auditório do Sebrae, em Rio Branco. O ex-senador e atual presidente da Apex Brasil, Jorge Viana, do PT, e o governador do Acre, Gladson Cameli, do PP, protagonizaram uma troca de farpas que rapidamente chamou a atenção da mídia local.
A troca de farpas começou quando Viana teceu críticas à estagnação econômica do Acre, enfatizando que, em sua gestão, as exportações do estado saltaram de 20 milhões de dólares para 40 milhões antes do governo Lula. No entanto, segundo ele, 2024 já registrava exportações de 87 milhões, com a expectativa de ultrapassar a marca de 100 milhões. Apesar desse crescimento, Viana apontou que o Acre perdeu protagonismo nos últimos anos, alegando que a falta de investimentos federais estruturantes tem paralisado o desenvolvimento.
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“Acredito que o problema principal seja a falta de investimentos. Temos muitos recursos aplicados em emendas e orçamento secreto, mas não estamos vendo resultados concretos”, criticou o ex-governador. Viana também destacou o aumento da migração de cerca de 40 mil acreanos em busca de melhores oportunidades em outros estados, como a Paraíba. Ele lamentou que, no passado, a migração fosse o oposto, com pessoas se mudando para o Acre em busca de melhores condições de vida, algo que agora se tornou uma triste realidade.
O ex-senador não se omitiu em abordar a questão da violência, que, segundo ele, seria um fator de insegurança que afeta o desenvolvimento do estado. Viana recordou tempos em que o Acre era visto como referência em sustentabilidade e bioeconomia, afirmando que a falta de protagonismo em discussões nacionais, como a COP 30, acentuou essa perda de relevância. Para ele, a recuperação do Acre requer união política e novos investimentos federais.
“Jamais desistirei do Acre. Precisamos da união de todos para trazer o estado de volta aos trilhos do sucesso”, afirmou Viana, encerrando sua declaração em um tom esperançoso.
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Quando questionado sobre as críticas de Viana, o governador Gladson Cameli não hesitou em se defender. Ele ressaltou realizações de sua gestão, enumerando obras de infraestrutura, como a construção de novas unidades habitacionais e a pavimentação de ramais e estradas estaduais. “É preciso que ele conheça a realidade do Acre. Tem que caminhar pelas avenidas e ver as obras em andamento. Qual foi o governador que mais investiu em infraestrutura? Eu, Gladson Cameli”, rebateu o governador.
Camelí também fez um apelo ao governo federal, solicitando mais apoio em áreas estratégicas, como o fortalecimento das fronteiras e a transformação dos aeroportos do Acre em internacionais, com o objetivo de atrair novos investimentos. Para o governador, as declarações de Jorge Viana foram desprovidas de fundamento e não consideraram os avanços da atual administração.
“Se ele não anda pelo Acre, não posso fazer nada. A realidade é que ele precisa voltar para cá e observar o que fizemos. Recebo o presidente Lula com cordialidade, mas lamento a postura desse cidadão que tenta desmerecer o trabalho dos outros. Ele ocupa uma posição inferior à minha”, disparou Cameli.
Essa troca de farpas entre Jorge Viana e Gladson Cameli, dois dos principais nomes da política acreana, evidenciou o clima tenso e polarizado que permeia o cenário político local, especialmente em ano eleitoral.