Um Retrato das Unidades de Conservação no Acre
O Censo Demográfico de 2022, revelado nesta sexta-feira, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indica que 34.394 pessoas residem em Unidades de Conservação (UCs) no Acre, o que representa 4,14% da população do estado. Essas pessoas estão, em sua maioria, situadas em áreas de uso sustentável, como Reservas Extrativistas e Áreas de Proteção Ambiental, que permitem a habitação e práticas que respeitam a conservação dos recursos naturais.
O evento de divulgação dos dados ocorreu na Universidade Federal do Acre (Ufac), em Rio Branco, e trouxe à tona um panorama detalhado sobre as condições de vida, acesso a serviços básicos, perfil étnico e a distribuição territorial desses habitantes nas áreas protegidas em todo o Brasil.
A Proporção de Moradores em Áreas de Uso Sustentável
No estado do Acre, a maioria dos residentes em Unidades de Conservação, totalizando 32.381 pessoas, habita em áreas de uso sustentável. Apenas 2.013 moradores estão em unidades de proteção integral, onde a ocupação é geralmente mais restrita, de acordo com os dados do IBGE. Os gráficos apresentados destacam essa predominância, ressaltando a importância das políticas voltadas para comunidades extrativistas e populações tradicionais.
A análise também revela que 72,58% dos moradores em UCs no Acre se identificam como pardos, refletindo a diversidade social das comunidades extrativistas. Além disso, 71,38% da população que vive nessas áreas está sob gestão federal, um dos maiores índices do Brasil. Isso evidencia a presença significativa de unidades como a Reserva Extrativista Chico Mendes, administrada pelo ICMBio.
Compromissos do Governo para a Mobilidade e Infraestrutura
O governador do Acre, Gladson Camelí, tem enfatizado a importância de garantir os direitos fundamentais de mobilidade para a população durante suas visitas aos municípios. O esforço do Departamento de Estradas de Rodagem, Infraestrutura Hidroviária e Aeroportuária (Deracre) se concentra em assegurar a trafegabilidade nas estradas, vital para o escoamento da produção e para o desenvolvimento econômico local, especialmente no Vale do Juruá, onde a meta é recuperar 1,2 mil quilômetros de ramais.
“A execução de projetos em 2025 é uma das metas que estabeleci. Estamos focados em ações que tragam acessibilidade e dignidade à população. Em breve, entregaremos obras que transformarão a vida de muitos”, afirmou Camelí.
Operação Verão e Investimentos em Infraestrutura
Sula Ximenes, presidente do Deracre, informou que a Operação Verão está avançando de maneira robusta em todo o estado. “Até agora, investimos R$ 20 milhões com recursos próprios, com 52 frentes de trabalho em ramais e pavimentação urbana, totalizando quase 360 máquinas em operação”, afirmou. Esses esforços não apenas melhoram a infraestrutura, mas também geram empregos diretos, contribuindo para a economia local.
Depoimentos Refletem as Mudanças nas Comunidades
Francisca das Chagas, de 75 anos, moradora do Ramal do Japãozinho, destaca as melhorias trazidas pela recuperação das estradas. “Agora está ótimo aqui. Antes, enfrentávamos atoleiros durante a estação das chuvas, mas as intervenções do Deracre fizeram a diferença”, comenta.
Outro morador, Francisco de Oliveira, de 63 anos, que cultiva produtos em sua propriedade no Ramal Carobas, também celebra os avanços. “As melhorias na estrada facilitam o transporte da produção e beneficiam todos os que dependem da agricultura”, enfatiza.
Integração e Ações Conjuntas para o Desenvolvimento
O gerente da Macrorregional II do Juruá, Mauri Barboza, ressalta que o trabalho do Deracre é realizado em colaboração com mais de 30 associações de moradores, promovendo uma integração entre a população e o governo. “É uma determinação da presidente Sula e do governador trabalhar em conjunto com os municípios, unindo esforços nas zonas rural e urbana”, explica Barboza.
Ele também ressalta a importância de atender às necessidades específicas das comunidades, afirmando que os pequenos ajustes podem ter um grande impacto na vida das pessoas. “Estamos sempre dispostos a ouvir e resolver as solicitações que surgem durante a manutenção das estradas”, conclui.
Com a meta de recuperar 1,2 mil quilômetros de ramais, o Deracre se prepara para enfrentar os desafios que surgem com as mudanças climáticas e as condições rigorosas do inverno, buscando sempre atender as demandas da população e promover um desenvolvimento mais sustentável e acessível no Acre.