Morte do Ativista Cultural
A investigação sobre a morte de Moisés Alencastro, de 59 anos, revela que ele pode ter sido assassinado por alguém conhecido. O ativista cultural e servidor do Ministério Público do Acre (MP-AC) foi encontrado sem vida em seu apartamento, localizado no bairro Morada do Sol, na noite da última segunda-feira (22). O corpo apresentava perfurações de faca, o que levaria a polícia a descartar a hipótese inicial de latrocínio, ou seja, roubo seguido de morte.
O veículo de Moisés, um carro que estava abandonado na Estrada do Quixadá, foi avistado na tarde do mesmo dia. A perícia foi acionada na manhã de terça-feira (23) para uma inspeção detalhada. O carro estava com os pneus furados e o porta-malas aberto, contendo pertence da vítima.
O delegado Alcino Júnior, coordenador da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, afirmou à imprensa que as evidências apontam para um homicídio, e não um latrocínio. “Quando há intenção de roubar, o autor geralmente entra, rouba ou mata para se livrar da situação. Neste caso, parece que o homicídio ocorreu antes do roubo dos pertences”, disse ele.
Detalhes da Investigação
Além do carro, o telefone celular de Moisés também está desaparecido, embora o delegado tenha ressaltado que o roubo não foi a motivação principal do crime. “Latrocínio é quando se mata para roubar. Aqui, a dinâmica sugere que a morte precedeu o roubo, que ocorreu depois”, enfatizou Alcino.
As investigações indicam que não houve arrombamento no apartamento, o que fortalece a teoria de que o autor do crime tinha um relacionamento prévio com a vítima. “A entrada foi normal, o que sugere que quem estava no imóvel tinha acesso consensual”, concluiu o delegado.
Perícia e Reações
O diretor do Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC), Sandro Martins, afirmou que a perícia inicial foi realizada na noite do crime, mas a análise mais minuciosa exigiu que as equipes retornassem ao local. “Coletamos vestígios biológicos e materiais, que serão analisados, incluindo exames genéticos e de impressões digitais, para entender melhor a dinâmica do crime e identificar possíveis autores”, explicou.
Moisés foi visto pela última vez no domingo (21). Após tentativas frustradas de localizá-lo, amigos e colegas acionaram o MP-AC para autorização do arrombamento do apartamento. O corpo foi encontrado sobre a cama na noite de segunda-feira. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) confirmou o falecimento, e a Polícia Militar isolou a área até a chegada do Instituto Médico Legal (IML).
Com comoção, a Cultura Lamenta a Perda
A morte de Moisés Alencastro causou grande comoção entre amigos, colegas e representantes da cultura no Acre. Nas redes sociais, tributos à sua memória enfatizaram sua contribuição ao serviço público e à vida cultural do estado. O governador do Acre, Gladson Camelí, expressou sua tristeza e destacou que Moisés era admirado por sua simpatia e impacto na sociedade. “Ele deixa um legado na cultura do estado e no colunismo social, além de uma marca inconfundível no serviço público”, afirmou.
