Inovação Tecnológica em Mobilidade
Com o objetivo de promover a inclusão social através da tecnologia, um grupo de alunos do curso de Tecnologia em Redes de Computadores da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), no Campus Coroatá, criou uma bengala inteligente voltada para pessoas com deficiência visual. O projeto, desenvolvido no âmbito do Programa de Formação Profissional Tecnológica (ProfiTec), se destaca pela utilização de sensores ultrassônicos e componentes eletrônicos acessíveis, permitindo maior autonomia e segurança aos usuários.
A bengala, que é resultado do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) dos estudantes Milton Rodrigues Ribeiro, Rafael da Silva Sales e Francivaldo Sousa Reis, integra um microcontrolador Arduino, motor vibracall e buzzer. Esses elementos são acoplados a uma bengala tradicional de alumínio, possibilitando a detecção de obstáculos em diferentes alturas e distâncias. O sistema emite alertas sonoros e táteis, guiando o usuário durante sua locomoção.
Desafios e Inovações
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Orientado pelo professor José Pinheiro de Moura, do Departamento de Engenharia Mecânica da Uema, o projeto é um exemplo de inovação com baixo custo, tendo sido desenvolvido com um investimento de menos de R$ 200. “O desafio foi conciliar a produção de um dispositivo de baixo custo com a necessidade de um desempenho robusto. O software precisou ser otimizado para superar limitações do hardware”, explicou Milton Ribeiro, ressaltando a importância de criar tecnologias assistivas de impacto social.
O professor José Pinheiro completou a análise do projeto, destacando que o dispositivo é projetado para atender pessoas com deficiência visual e auditiva. “Os sensores detectam obstáculos, enquanto os atuadores vibram e emitem alarmes sonoros conforme o usuário se aproxima do obstáculo. A solução é simples, acessível e funcional, além de atender a diferentes perfis de usuários”, afirmou.
Visando o Futuro
O grupo tem planos de patentear a bengala inteligente e registrar o software desenvolvido. “Enfrentamos desafios técnicos, como o posicionamento dos sensores e a autonomia da bateria, mas os resultados foram excelentes. Este trabalho é relevante tanto cientificamente quanto socialmente”, disse o professor José Pinheiro, elogiando a dedicação dos alunos.
Francivaldo Sousa, um dos autores do projeto e cego, trouxe sua experiência pessoal para melhorar a funcionalidade da bengala. “Durante as aulas de automação, surgiu a ideia de criar um dispositivo que melhorasse a mobilidade de pessoas com deficiência visual. A bengala tradicional não detecta obstáculos acima do nível do solo. Com a bengala inteligente, o usuário é alertado antes de esbarrar, o que é um avanço significativo”, contou Francivaldo.
Acessibilidade e Inclusão
O estudante também enfatizou a importância da acessibilidade financeira. “Esta bengala é fácil de usar e tem um custo acessível, permitindo que qualquer pessoa com deficiência visual tenha acesso a um recurso que aumenta sua independência. Sinto que cumpri meu propósito ao entrar na Uema: ajudar pessoas com deficiência através da tecnologia”, afirmou.
O grupo e o professor José Pinheiro planejam dar continuidade ao projeto, incorporando novas funcionalidades ao dispositivo. “O próximo passo é adicionar um botão de emergência que envia a localização geográfica do usuário em tempo real para contatos de confiança, aumentando a segurança dos usuários. Após a patente, buscaremos parceiros para tornar essa tecnologia mais acessível”, concluiu o professor.