Expectativas em Relação à Decisão do Copom
Uma grande expectativa permeia o mercado financeiro quanto à decisão que será tomada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na próxima quarta-feira, dia 10. Este encontro representa a última reunião do Copom em 2025 e, segundo as previsões predominantes, a taxa de juros deverá permanecer em 15% ao ano. O panorama atual demonstra claramente os efeitos da política monetária restritiva: a inflação, que já apresenta sinais de desaceleração, e o Produto Interno Bruto (PIB) que registrou um crescimento modesto no terceiro trimestre. No entanto, o mercado de trabalho continua aquecido, indicando uma taxa de desemprego de apenas 5,4%.
Embora o emprego elevado seja, em grande parte, resultado de programas sociais, muitos trabalhadores têm se mostrado relutantes em buscar novas oportunidades. Este contexto leva empresas a relatórios de dificuldades para contratar. Portanto, o Banco Central (BC) enfrenta o desafio de controlar a inflação, o que torna necessária a manutenção da taxa de juros sem flexibilizações.
Desafios da Política Fiscal e Seus Efeitos
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Recentemente, os sinais emitidos pela política fiscal não têm sido muito encorajadores. Na última semana, o Congresso Nacional aprovou o Orçamento de 2026, que prevê um superávit de R$ 34 bilhões. Contudo, no mesmo dia, o Tribunal de Contas da União (TCU) deu sinal verde para que o governo busque atingir o limite mínimo de tolerância para a meta fiscal vigente.
Em relação aos números projetados para 2025, a meta estipulada é de um déficit primário zero, com uma margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB, seja para um superávit de R$ 31 bilhões ou um déficit de R$ 31 bilhões. Anteriormente, o entendimento era de que o governo deveria focar na meta central de déficit zero; agora, o TCU permite a busca pelo déficit de R$ 31 bilhões.
A Tensão Entre Gasto Público e Inflação
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Este cenário indica uma crescente tolerância à expansão dos gastos públicos. Como já foi mencionado anteriormente, se a política fiscal se torna excessivamente expansionista, é imperativo que a política monetária adote uma postura contracionista, a fim de manter a inflação sob controle. O novo entendimento do TCU, ainda que livre o governo de complicações jurídicas, não elimina os riscos conhecidos associados à expansão dos gastos públicos, especialmente no que diz respeito ao aumento da dívida pública.
Assim, o Banco Central se vê incumbido de cumprir seu papel de salvaguardar a economia utilizando o principal instrumento à sua disposição: a taxa de juros. O desafio é significativo e exige um equilíbrio delicado entre o crescimento econômico e a estabilidade de preços. Com a inflação em foco, o BC precisa ser conservador na sua abordagem, garantindo que a política monetária continue a ser uma âncora para a economia, mesmo em meio a pressões por maior gasto público. Enquanto isso, o mercado permanecerá atento às futuras decisões do Copom e suas implicações para a inflação e o crescimento.
