Orçamento da CDE em 2025: Aumento Significativo e Políticas Estruturais
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ratificou, nesta terça-feira (15), um orçamento de R$ 49,2 bilhões para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) em 2025, marcando um expressivo aumento de 32,4% em comparação ao valor aprovado para este ano, que foi de R$ 37,2 bilhões. A CDE é um fundo setorial de grande relevância, responsável pelo financiamento de várias políticas públicas voltadas para o setor elétrico.
Instituída por legislação específica, a CDE tem como função custear iniciativas como a tarifa social destinada a famílias de baixa renda, o programa Luz Para Todos, além de assegurar a geração de energia em áreas remotas e fornecer subsídios a fontes renováveis. Também contempla compensações para consumidores autossuficientes, como aqueles que utilizam painéis solares.
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Os recursos que alimentam o fundo provêm do pagamento de todos os consumidores de Energia Elétrica através de suas contas mensais. Adicionalmente, a CDE recebe receitas menores oriundas de multas e aportes do Tesouro Nacional.
Do total autorizado para 2025, cerca de R$ 46,9 bilhões serão repassados diretamente aos consumidores por meio das tarifas, uma vez que não há outras fontes de cobertura. Essa cobrança será repassada a todos os brasileiros nas contas de luz.
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Quanto aos consumidores que dependem das distribuidoras de energia, o impacto estimado da CDE nas tarifas a serem pagas no próximo ano é de: 3,85% nas regiões Norte e Nordeste; 5,76% nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Vale mencionar que parte desse impacto já foi considerada nas revisões tarifárias ocorridas no primeiro semestre deste ano. Contudo, as tarifas ainda deverão passar por ajustes para refletir o valor final aprovado pela Aneel.
A Aneel identificou alguns fatores que contribuem para o aumento do orçamento da CDE em 2025, entre eles: a expansão das fontes de energia incentivadas, como solar, eólica e biomassa; o crescimento da micro e minigeração distribuída; o aumento de restos a pagar acumulados de anos anteriores; a ampliação do número de beneficiários da tarifa social; o incremento nos custos da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC); e a continuidade do programa Luz Para Todos.
Embora a Aneel tenha destacado que os custos da CDE impactam as tarifas, a agência também enfatizou que esses gastos sustentam políticas públicas estratégicas. O objetivo é garantir o acesso à Energia Elétrica em todo o Brasil e fomentar a transição energética em um contexto de crescente demanda e transformação do setor.