A Corrida da inteligência artificial e Seus Desafios
Tim Wu, professor da faculdade de direito de Columbia e especialista em tecnologia e economia, acaba de lançar um artigo provocativo no Financial Times, questionando se os Estados Unidos podem triunfar na corrida da inteligência artificial (IA) e, ao mesmo tempo, perder a guerra contra a China. O foco deste debate é impactante: a definição de ‘guerra’ neste contexto se refere à competitividade entre as duas potências globais.
No seu texto, Wu formula um argumento contundente sobre a imensa aposta que os EUA estão fazendo na IA. Com investimentos que podem ultrapassar a casa do trilhão de dólares, os Estados Unidos estão comprometidos como nunca antes nesta tecnologia. Para se ter uma ideia, esse montante é superior ao que a humanidade gastou para ir à Lua, desenvolver a bomba atômica e criar a internet, somando todas essas despesas.
A crença central por trás dessa estratégia é que liderar o desenvolvimento da IA, tanto em infraestrutura quanto na tão almejada ‘superinteligência’, poderá desbloquear uma era de prosperidade econômica sem precedentes. Isso, segundo especialistas do Vale do Silício, poderia não apenas resolver problemas cruciais como energia, medicamentos e alimentação, mas também abrir caminho para a exploração de outros planetas. As promessas em torno dessa tecnologia são grandiosas, mas também cercadas de incertezas.
Leia também: ANS Aprova Inclusão de Quatro Novas Tecnologias no Rol de Procedimentos de Saúde
Leia também: Tecnologia Inova Leite Materno para Bebês Prematuros em Minas Gerais
Entre a Incerteza e a Realidade da China
Uma comparação interessante que Wu traz é com um episódio da série South Park, onde gnomos criam um plano de negócios em três etapas: a primeira é coletar cuecas, a segunda é um enigma e a terceira é o lucro. Tal qual na série, existe um grande ponto de interrogação entre a promessa da IA e os lucros que ela pode gerar.
O olhar de Wu, porém, se volta para a China, que é muitas vezes mal interpretada. Diferente da narrativa popular, o país não está fazendo uma aposta total na IA como os EUA. Na verdade, os investimentos da China em IA estão em cerca de US$ 100 bilhões, um valor relativamente modesto em comparação com o gigante americano. O foco do país está diversificado em outros setores, como veículos elétricos, nos quais a China domina aproximadamente 70% da produção, além de ter grande participação em painéis solares e baterias.
Leia também: Tarifas dos EUA e Fim de Ajuda Podem Impactar Economia Colombiana
Leia também: Capacitação Internacional: Terceira Turma de Servidores da Segurança Pública do Acre Conclui Curso SWAT nos EUA
Para os chineses, a questão da superinteligência não é a prioridade. Em vez disso, a eficiência é o que importa. Enquanto os EUA buscam desenvolver a singularidade, a China quer que a IA aperfeiçoe a produção em setores como indústria, comércio e transporte.
Sem Vencedores Definidos na Guerra da Inteligência Artificial
Wu reconhece que, até o momento, não há vencedores claros nessa disputa. O mercado financeiro, por exemplo, tem recompensado os investimentos em IA seguindo o modelo americano. Se a visão dos EUA estiver correta, o prêmio será uma supremacia abrangente – não apenas econômica, mas também militar e científica. Para aqueles que duvidam dessa abordagem, a advertência é clara: pode ser um erro caro.
Refletindo sobre o artigo que escrevi anteriormente, é evidente que a economia global está se transformando em uma grande aposta planetária. O que antes era considerado investimento, agora se assemelha a um jogo de risco, onde indivíduos, empresas e países estão dispostos a arriscar tudo. A época em que a palavra ‘bet’ significava um simples jogo de taco nas ruas parece ter ficado para trás; agora, ela ecoa em todos os cantos da economia mundial.
Portanto, a questão prevalece: até onde a aposta dos EUA na IA os levará? A resposta ainda está no ar, envolta em mistério e expectativa, enquanto o mundo observa atentamente.
