protesto e Paralisação Marcam Mobilização da saúde no Acre
Na manhã desta terça-feira, 5 de setembro, mesmo sob intensa chuva, trabalhadores da saúde do Acre se reuniram em frente à sede da Secretaria de Estado de saúde (Sesacre) em Rio Branco. O ato visou cobrar avanços nas questões referentes ao Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) da categoria, que há anos enfrenta uma série de desafios.
Logo no início da manifestação, os servidores encontraram a sede da Sesacre de portas fechadas, o que gerou indignação entre os líderes sindicais presentes. Segundo a administração da secretaria, o prédio passava por dedetização, uma justificativa que não convenceu os manifestantes, principalmente considerando que a segunda-feira anterior foi feriado, o que levantou questionamentos sobre a falta de planejamento do serviço.
Jean, presidente do Sindicato da saúde, expressou sua frustração com a situação. “Independente da chuva — que, diga-se de passagem, tem atrapalhado um pouco — nossos trabalhadores estão aqui. Gente de Sena Madureira e Senador Guiomard já chegou e o movimento vai continuar. São 25 anos sem um plano de carreira que respeite os profissionais, com salários achatados e condições de trabalho precárias. Isso é inaceitável. Os sindicatos vão se manter firmes, seja sob chuva ou sol”, declarou.
Lexa, presidente do Sindicato dos Enfermeiros, também criticou a falta de comprometimento da Sesacre, afirmando que o fechamento era algo inédito e inaceitável. “Incrível que, após um feriado, a população tentou acessar a Sesacre, e tudo que encontraram foram portas fechadas. Os profissionais querem trabalhar, mas se deparam com essa realidade. O nosso movimento continua forte, e queremos nosso PCCR”, afirmou.
Durante a manifestação, foram apresentadas aos servidores uma contraproposta do governo, que estipula prazos até 30 de julho, 30 de agosto e 30 de setembro para que as secretarias realizem os levantamentos necessários para a construção do plano. Contudo, essa proposta não foi bem recebida pelos trabalhadores.
Ainda segundo Lexa, “recebemos uma proposta de prazos que não faz sentido, visto que o Estado já investiu um milhão e meio em uma empresa para realizar esse levantamento. Agora, nos apresentam esse prazo? Vamos repassar essa informação para a categoria e ouvir o que eles têm a dizer”, esclareceu.
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Ao ser perguntada sobre a possibilidade de uma greve, Lexa foi objetiva: “É a categoria que vai decidir. Hoje é um dia de paralisação e a mobilização é um espaço para que possamos comunicar o que o governo nos repassou. Vamos compartilhar a proposta e ouvir a decisão dos trabalhadores”, concluiu.