Recursos Federais e a Controvérsia das Emendas do Relator
Publicado em 22/12/2025
O Acre figura entre os cinco estados que mais se beneficiaram com os recursos das conhecidas emendas do relator, muitas vezes referidas como “orçamento secreto”, durante o ano de 2025. Dados do SIGA Brasil, que é o sistema de transparência do Senado Federal, revelam que o governo federal já repassou R$ 90,4 milhões ao estado por meio desse mecanismo de financiamento neste exercício.
Esses valores fazem parte de um montante total de R$ 1,26 bilhão, que foi quitado em todo o Brasil em 2025, referente às emendas classificadas como RP9. Embora esse mecanismo tenha sido considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2022, os pagamentos seguem seu curso, pois correspondem a restos a pagar de exercícios anteriores, que estão sendo liquidadas pelo governo federal.
Com essa quantia significativa, o Acre ocupa a quinta posição no ranking nacional de recebimentos, atrás apenas de estados como Amazonas, que recebeu R$ 123,8 milhões, Piauí com R$ 116,3 milhões, Paraíba com R$ 107,3 milhões, e Amapá, que obteve R$ 97 milhões.
Emendas do Relator: Contexto e Números
De acordo com o painel do SIGA Brasil, foram registradas 121 emendas do relator apenas em 2025, totalizando R$ 4,61 bilhões em restos a pagar. Até o momento, R$ 1,26 bilhão desse valor já foi efetivamente pago, evidenciando um fluxo considerável de recursos públicos.
Nos últimos seis anos, abrangendo o período de 2020 a 2025, o Acre acumulou R$ 479,5 milhões em emendas do relator. Apesar dessa quantia expressiva, o estado aparece entre aqueles que menos receberam recursos desse tipo ao longo desse período.
Esses dados salientam a complexidade e as implicações geradas pelas emendas do relator, que, apesar de sua controvérsia e da decisão do STF, continuam a ser uma fonte importante de recursos para os estados, refletindo o panorama financeiro e político do Brasil.
