Reconhecimento Histórico e Simbólico às Vítimas
No Acre, um marco significativo foi dado pelo Governo ao publicar um decreto que regulamenta uma lei destinada a reconhecer historicamente as pessoas que sofreram com a hanseníase e foram vítimas de isolamento ou internação compulsória até 1986. A partir de agora, um certificado emitido pela Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos (Seasdh) servirá como um resgate simbólico da dignidade e da memória dessas pessoas e de suas famílias.
Embora o Certificado possua caráter público e simbólico, é essencial esclarecer que ele não possui valor indenizatório. Em vez disso, representa um pedido de desculpas formal do Estado. A entrega deste documento poderá ser realizada em cerimônias solenes, conferindo um caráter ainda mais significativo ao ato de reconhecimento. Para aqueles interessados ou seus familiares, é necessário apresentar documentação que comprove o afastamento forçado, como prontuários médicos, registros hospitalares, testemunhos e até reportagens que relatem a realidade vivida naquela época.
Livro Estadual da Memória e suas Implicações
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Adicionalmente, o decreto estabelece a criação do Livro Estadual da Memória, um registro que reunirá os nomes de todos os indivíduos reconhecidos. Essa iniciativa visa preservar publicamente a história desse grupo, garantindo que suas experiências não sejam esquecidas. A responsabilidade de gerenciar todo o processo ficará a cargo da Seasdh, que também criará uma comissão dedicada a analisar os pedidos de certificação. Segundo especialistas, essa ação é considerada um passo fundamental na reparação de um dos capítulos mais difíceis da saúde pública no Acre.
Preocupações com a Saúde Pública no Acre
Recentemente, o deputado estadual Adailton Cruz (PSB) expressou preocupações a respeito da possível terceirização integral do Hospital Regional do Alto Acre, em Brasileia. Em entrevista ao programa Boa Conversa, o parlamentar afirmou ter recebido informações de trabalhadores sobre a abertura de um processo que poderia entregar a gestão completa da unidade a uma empresa privada. Cruz enfatizou que o hospital deve ser fortalecido nas especialidades médicas, buscando a independência do sistema privado.
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“Isso seria entregar a unidade inteira, com recursos anuais que giram em torno de R$ 60 milhões. O Hospital Regional de Brasileia é um grande hospital que pode gerar uma estrutura referência para a população local”, destacou Cruz, deixando claro sua posição contrária a esses planos de terceirização.
Desafios e Oportunidades no Mercado de Trabalho
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, também esteve em Rio Branco para anunciar um repasse de R$ 1 milhão para modernizar a Rede Nacional de Emprego (Sine) no Acre. O objetivo é reestruturar o sistema de intermediação de mão de obra, aproximando trabalhadores e empresas, ampliando as oportunidades no mercado de trabalho local.
Durante a abertura da II Conferência Nacional do Trabalho, Marinho enfatizou a importância de garantir políticas públicas que atendam às necessidades contemporâneas, incluindo a participação feminina no mercado. Segundo dados recentes, o Brasil registra uma taxa de desocupação de 5,6%, com cerca de 6 milhões de pessoas desempregadas. O ministro defendeu a aprovação de propostas que possam beneficiar trabalhadores, como isenções do Imposto de Renda para aqueles que recebem até R$ 5 mil.
Um Futuro Colaborativo e Sustentável
A fase estadual da conferência, que ocorreu no Acre, é vista como um símbolo de inclusão e diálogo entre governo, empresários e trabalhadores. Marinho encerrou sua apresentação afirmando ser fundamental ouvir todos os segmentos da sociedade para construir políticas públicas eficazes. “O Acre tem muito a ganhar quando todos atuam juntos”, concluiu.