Iniciativa de Monitoramento Ambiental
A Universidade Federal do Acre (UFAC), em parceria com o Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), apresentou uma versão atualizada da plataforma Acre Qualidade do Ar. Este sistema digital, que opera em tempo real, é projetado para monitorar os níveis de poluição atmosférica em todas as cidades do Acre. Sob a coordenação do Laboratório de Geoprocessamento Aplicado ao Meio Ambiente (LabGAMA-UFAC), e com o suporte do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente (CAOP/MAPHU-MPAC), a iniciativa é liderada pelo professor Willian Flores, que enfatiza a relevância do monitoramento contínuo para entender melhor o aumento da poluição, especialmente durante a estação seca, que é frequentemente marcada por queimadas e um acúmulo de material particulado no ar.
A inovação não é apenas uma novidade para o Acre, mas também um marco no Brasil, pois torna o estado o primeiro da federação a monitorar a qualidade do ar em todos os seus municípios utilizando esta tecnologia de sensores de baixo custo, instalada desde 2019. O sistema foca nas medições do PM2,5, que se refere a partículas finas com diâmetro de até 2,5 micrômetros. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que os níveis diários não ultrapassem 15 microgramas por metro cúbico, e os dados coletados são essenciais para alertar a população e as autoridades sobre a qualidade do ar.
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Os dados são organizados em painéis interativos e mapas dinâmicos, alimentados por um banco de dados PostgreSQL. Com o uso de rotinas automatizadas em Python e processos de validação, a plataforma assegura a confiabilidade das informações que são disponibilizadas para o público em geral, pesquisadores, gestores e a imprensa. Isso possibilita um acompanhamento preciso da qualidade do ar e, consequentemente, da saúde pública no estado.
Desafios e Dados Alarmantes
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Os últimos dados da Rede de Monitoramento da Qualidade do Ar revelam que o ano de 2024 registrou os piores índices de poluição desde o início do monitoramento. As concentrações de poluentes chegaram a ser até 12 vezes superiores ao que é considerado seguro pela OMS. Em média, o estado enfrentou 36 dias em que a qualidade do ar foi classificada como abaixo do padrão recomendado, enquanto municípios como Sena Madureira, Rio Branco, Jordão, Assis Brasil e Brasiléia ultrapassaram 70 dias fora dos limites aceitáveis. Essas estatísticas alarmantes reforçam a importância da plataforma não apenas como um projeto de tecnologia, mas como um recurso vital para a saúde e bem-estar da população acreana.
A equipe envolvida, composta por pesquisadores da UFAC e membros do MPAC, acredita que a plataforma é uma ferramenta estratégica para informar a sociedade e apoiar a gestão ambiental e as políticas de saúde. No entanto, a continuidade desse importante trabalho depende de um investimento técnico e financeiro constante, essencial para garantir que a plataforma permaneça ativa e capaz de orientar as respostas do governo em situações críticas de poluição.
